As autoridades russas querem que um casal perca a custódia do filho de um ano por alegadamente o terem levado para um protesto não autorizado em Moscovo.
Segundo a Time, os procuradores alegam que Dmitri e Olga Prokazov puseram o seu filho de um ano em risco ao levá-lo, no passado dia 27 de julho, para o protesto não autorizado em Moscovo.
O protesto da oposição contra a exclusão de candidatos nas eleições locais de 8 setembro levou a um forte aparato policial e à detenção de mais de mil pessoas em poucas horas. Durante a semana, o líder da oposição Alexei Navalny tinha sido detido para evitar que pudesse liderar o protesto, tendo sido depois hospitalizado por uma reação alérgica grave.
De acordo com a revista norte-americana, foram várias as figuras públicas que se indignaram perante a decisão das autoridades para com este casal. Um desses casos foi Yevgeny Bunmovich, provedor dos direitos das crianças, que apelidou este ato de “chantagem política com crianças”.
Em declarações ao canal televisivo independente Dozhd TV, o pai da criança negou que ele e a mulher tenham participado no protesto e que estavam apenas a dar um passeio pelo centro da cidade. Embora estivesse a par da manifestação e simpatizasse com o movimento, Prokazov afirma que preferiu não fazer parte uma vez que estava com o filho.
Relativamente ao facto de terem deixado um amigo próximo pegar no filho durante o protesto, Prokazov insistiu que não estavam a fazer nada de errado. Esse homem está agora está a ser procurado sob a acusação de incitar tumultos e os investigadores afirmam que usou a criança como um escudo para cruzar as linhas policiais.
“Não sentimos nenhum perigo. Nunca nos ocorreu que pudéssemos estar a fazer alguma coisa errada”, diz o russo, acrescentando que ambos ficaram muito assustados quando a polícia entrou pela sua casa durante a noite para revistar o apartamento. “Ficámos chocados. Foi como se alguns monstros nos quisessem tirar o nosso filho. É bárbaro“.
A comissão eleitoral moscovita recusou o registo de 57 candidatos nas eleições de setembro, nos quais se incluem alguns dos principais dirigentes da oposição, que acusam as autoridades de manipular milhares de assinaturas recolhidas pelos candidatos e transcrevê-las incorretamente no registo eletrónico.
A oposição russa encara as eleições municipais como um primeiro passo para tentar ter representação na Duma (câmara baixa do Parlamento), nas próximas legislativas de 2021.
Atitudes destas, são as melhores para que um governo perca credibilidade e respeito.