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Facebook anunciou de forma otimista multa recorde (e esperou por audição de Mueller para o fazer)

tuaulamac / Flickr

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook

O tom com que o Facebook anunciou a multa recorde acordada com a Comissão Federal de Comércio não era propriamente o que se esperava face à situação de violação de privacidade. Além disso, a publicação assinada por Colin Stretch foi divulgada assim que o testemunho de Robert Mueller no Congresso começou.

Num artigo assinado pelo vice-presidente jurídico, Colin Stretch, esta quarta-feira, o Facebook comunica oficialmente o seu acordo com a Comissão Federal de Comércio (FTC), que inclui uma multa recorde de 4,5 mil milhões de euros, além de novas e rígidas regras sobre a forma como a empresa deve gerir os dados dos seus utilizadores, garantindo privacidade.

No entanto, ao contrário do que seria de esperar, a publicação de Stretch é otimista e faz com que a privacidade de dados pareça um novo recurso que a empresa acaba de lançar com prazer, ao invés de parecer um puxão de orelhas por parte da FTC que o Facebook terá de cumprir.

Intitulada “Acordo FTC Traz Novos e Rigorosos Padrões para Proteger a sua Privacidade”, a publicação estabelece um conjunto de regras que visam melhorar a privacidade dos dados disponibilizados online. Aliás, segundo o Fast Company, a equipa de Facebook vai ainda mais longe e escreve que este acordo “não é apenas sobre reguladores, é sobre reconstruir a confiança das pessoas“.

A multa foi imposta contra a empresa por violar um acordo de privacidade de 2012, “enganando os utilizadores sobre a sua capacidade de controlar a privacidade das suas informações pessoais”, lê-se no comunicado oficial da Comissão Federal de Comércio.

Além da multa, o Facebook fica também submetido a novas restrições. O acordo exige também que a empresa crie um comité de privacidade, nomeado de forma independente no seu conselho, e designe responsáveis para supervisionar o programa de privacidade da empresa.

“O pedido exige que o Facebook reestruture sua abordagem à privacidade e estabeleça novos mecanismos para garantir que os executivos do Facebook sejam responsáveis pelas decisões que tomam sobre privacidade, e que essas decisões estejam sujeitas a uma supervisão significativa“, lê-se no relatório.

Ainda assim, a multa é uma vitória para o Facebook, uma vez que os cinco mil milhões de dólares são apenas uma fração da avaliação da empresa, de 56 mil milhões. No entanto, isso não significa que os investidores estejam a encarar a situação de ânimo leve: as ações do Facebook caíram cerca de 1% no início da manhã da negociação.

Mas apesar de o Facebook parecer otimista no seu anúncio, a verdade é que esperou até ao testemunho de Robert Mueller no Congresso para divulgar a publicação, conforme informa o jornalista do FC, Nick Kolakowski, no Twitter.

ZAP //

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