A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) identificou 6.618 trabalhadores com salários em atraso, no valor de 11,7 milhões de euros.
É, de acordo com o Jornal de Notícias, um aumento de 59% no espaço de um ano. Acrescem ainda 3,7 milhões de euros de atraso em contribuições para a Segurança Social referentes a 5.641 trabalhadores, mais 8% do que no ano anterior.
Estes valores, que constam do mais recente relatório de atividade da ACT, decorrem de 37.482 inspeções a empresas, mais 1.406 do que no ano anterior. Abrangem mais 11% de trabalhadores, num total 319 mil.
Das inspeções realizadas em 2017 resultaram 8.665 autos de notícias e participações contraordenacionais, menos 1.714 do que no ano anterior. Por outro lado, as participações para o Ministério Público mais do que triplicaram. Destas, 11,7% foram relativas a procedimento criminal e 88,3% estavam relacionadas com utilização indevida de contratos de prestação de serviços.
Os dados estão, no entanto, longe do cenário da crise. Em 2013, segundo o JN, foi detetado um total de 36 milhões de euros e, em 2014, 20 milhões. Os valores não pararam de cair nos anos seguintes, com 10 milhões em 2015, e 7,4 milhões em 2016. Um ciclo que é interrompido em 2017, com um aumento de 59%.
A maior parte destes salários em atraso são verificados no comércio por grosso e retalho, reparação de veículos; e automóveis e motociclos, que acumulam 2,9 milhões de euros. Seguem-se os setores da eletricidade, gás e água, com 2,8 milhões de euros; e atividades artísticas e espetáculos, com 1,6 milhões.