O Parlamento da Áustria aprovou a proibição do glifosato, tornando-se no primeiro país da União Europeia a decidir banir este pesticida que é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “potencialmente cancerígeno”.
De acordo com o Observador, o Parlamento austríaco aprovou a proibição nesta terça-feira, baseando a decisão num “princípio de precaução”.
A proposta, do partido social-democrata SPÖ, pretendia afastar do mercado produtos com este composto, tendo recebido os votos favoráveis da maioria dos deputados, incluindo o partido de extrema-direita FPÖ e os liberais Neos.
“A evidência científica do efeito cancerígeno do pesticida está a aumentar. É nossa responsabilidade banir este pesticida do nosso meio ambiente”, disse a líder dos social-democratas da Áustria, Pamela Rendi-Wagner, em comunicado, citado pela DW.
Se o Conselho Federal do país não levantar objeções à medida, o que parece provável, o projeto vai passar a ser lei, assim que receber luz verde do Presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, antigo líder dos verdes.
Classificado como “potencialmente cancerígeno” desde 2015 pela OMS, o herbicida tem sido utilizado por diversas marcas, depois de a licença detida pelo gigante grupo norte-americano Monsanto ter caído no domínio público no ano 2000, recorda o jornal. A Bayer, que adquiriu a Monsanto no ano passado, diz que estudos científicos concluíram que o glifosato é seguro para uso humano.
A empresa enfrente vários processos na justiça devido às eventuais potencialidade cancerígenas do produto. Em maio, a Monsanto foi condenada a pagar 2 mil milhões de dólares em indemnizações, após um júri da Califórnia, nos Estados Unidos, considerar que um produto à base de glifosato causou cancro a um casal de idosos.
A Áustria tem a maior proporção de terras agrícolas orgânicas na União Europeia – cerca de 23%, muito acima da média da UE, de 7%, segundo dados do bloco para 2017 – e as suas paisagens montanhosas são uma das suas maiores atrações turísticas.