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Deputados reagem à carta de Berardo. “Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele”

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António Cotrim / Lusa

Numa reação à carta enviada por Joe Berardo a ferro Rodrigues, os deputados assumem que os portugueses é que têm razões para estar indignados.

Os deputados não se comoveram com a missiva enviada por Joe Berardo a Eduardo ferro Rodrigues. Segundo o Observador, nenhum deles considera que o empresário tenha sido maltratado na comissão parlamentar de inquérito e todos consideram que os portugueses é que têm razões para estar indignados.

Para o PS, PSD, CDS e PCP, a missiva é mais uma afronta aos portugueses e não vai merecer consideração dos partidos. Berardo queixa-se, por escrito, de ter sido maltratado na comissão de 10 de maio e pede a intervenção do Presidente da Assembleia da República. Duarte Pacheco, do PSD, considera que Berardo “nunca devia ter tornado público o conteúdo do que enviou a Ferro Rodrigues”.

“Se havia queixas e se queria escrever ao segundo titular do Estado, tem de se ter o bom senso e reserva”, defende o deputado, que fala ainda em “falta de decoro”.

Já João Paulo Correia, do PS, afirma que o papel de vítima não fica bem ao empresário: “Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele.” “A carta não passa de uma manobra de distração perante as autoridades judiciais e Berardo não vai contar com o PS para isso”, acrescenta o deputado socialista.

O esquerdista o PCP Duarte Alves lembra o dia do inquérito e fala também no “papel de vítima”. “Berardo já fez o ensaio de vitimização na comissão e não conseguiu impor essa estratégia. O PCP não vai contribuir para essa estratégia.”

Para Cecília Meireles, do CDS, basta uma palavra para descrever a missiva escrita por Berardo: “autoexplicativa”.

“Li a carta e respondi”, disse o destinatário da carta, Eduardo ferro Rodrigues, adiantando que o conteúdo foi revelado antes de o próprio a ler, confirmando o que já tinha sido noticiado pelo Eco.

Berardo foi ainda “informado de que, nos termos legais e regimentais, não pode o presidente da Assembleia da República interferir no funcionamento das comissões parlamentares de inquérito”, uma vez que estas “exercem a sua atividade com total independência, dentro do quadro legal em que foram constituídas”, e gozam dos “poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e demais poderes e direitos previstos na lei e na Constituição da República”.

Além das críticas à carta, os deputados já tinham informado que vão fazer queixa de Berardo ao Ministério Público por “claro delito de desobediência”, afirmam.

Os deputados dizem que a Associação Coleção Berardo, ligada ao empresário, não enviou à comissão parlamentar de inquérito informação satisfatória sobre as mudanças de estatutos que fizeram com que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e os outros bancos perdessem poder na associação que é dona das obras de arte.

ZAP //

2 Comments

  1. Os Portugueses não são estúpidos, sabem ver o que está mal no sistema, não precisam de ser encaminhados, como gado, também sabem ver que a banca controla tudo e todos e os políticos andam a reboque daquilo que acham que é a opinião pública, na expectativa de algumas migalhas.
    Por isso, às vezes as sondagens saieem-lhes pela colatra, porque substimam a capacidade de observação da população e daí a enorme abstenção nas urnas.

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