A Associação Sindical dos Profissionais da Inspeção Tributária e Aduaneira (APIT) calcula uma adesão de 75% a 80% dos trabalhadores dos impostos e das alfândegas à greve de hoje, que começou às 00h00.
A adesão tem correspondido à desmotivação dentro da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)”, comentou à Lusa o presidente da APIT, Nuno Barroso, enquanto decorria uma manifestação dos trabalhadores, que começou às 12h00, junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa.
“Os números que nos têm chegado até ao momento apontam, a nível nacional, para uma adesão entre os 75 a 80%, dependendo do serviço”, disse aquele responsável, recordando as reinvenções destes funcionários quanto à revisão das carreiras, o motivo do protesto.
O projeto de revisão daquelas carreiras está “completamente afastado da realidade”, segundo a APIT: “Parece ter sido [um projeto] feito por quem não conhece a AT”, além de que o projeto coloca os funcionários dos impostos e alfândegas “na segunda linha da administração pública”, que a associação diz que “não faz sentido”.
Se as reivindicações dos trabalhadores não forem atendidas, a APIT diz que os trabalhadores “vão continuar a luta”, seja não utilizando bens próprios (viaturas) ao serviço, seja exigindo o adiantamento das verbas para as deslocações e que o trabalho em situações perigosas seja feito em brigada, seja através de outras ações de greve.
Segundo o pré-aviso de greve, emitido pela APIT, o protesto abrange “todos os serviços dependentes da Autoridade Tributária e Aduaneira e da Autoridade Tributária e Assuntos Fiscais da Região Autónoma da Madeira”, e termina às 24h00 desta quinta-feira. Também a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) emitiu um pré-aviso de greve para esta quinta-feira.
O processo de revisão das carreiras já motivou, em dezembro do ano passado, uma greve de três dias dos trabalhadores dos impostos, entre 26 e 31 de dezembro, e uma outra paralisação este ano, em 29 de março, protestos convocados pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), e não pela associação.
// Lusa