Mais de seis mil investidores subscreveram as obrigações da TAP, uma operação no valor de 200 milhões de euros, em que a procura superou a oferta em 1,55 vezes.
No segmento geral a procura atingiu 162,5 milhões de euros e o montante final atribuído foi de 105 milhões de euros com o número total de investidores a atingir os 6.092, dos quais 35 profissionais.
Os 105 milhões de euros correspondem a 52,5% da emissão obrigacionista, enquanto 95 milhões (47%) foram atribuídos ao segmento profissionais e contrapartes elegíveis, cuja distribuição geográfica foi de 54% para investidores portugueses e 46% para internacionais.
Os resultados da Oferta Pública de Subscrição de Obrigações foram apresentados esta tarde na Euronext, em Lisboa, com David Neeleman a considerar que “este é um grande dia para a TAP”.
“Estamos a preparar a empresa para abrir capital, é isso que nós temos de fazer para fortalecer a empresa“, sublinhou o acionista de referência da TAP, acrescentando que quando isso acontecer “vai ser ‘show’ de bola”.
Já o presidente executivo (CEO) da transportadora aérea, Antonoaldo Neves, recusou apontar uma data para a TAP avançar a dispersão em bolsa. “IPO (Initial Public Offering) não é o destino final, é um caminho, um meio para obter mais uma fonte de acesso ao capital”, afirmou, acrescentando que “precisar uma data agora é mera especulação”.
“Estaremos preparados para o momento que for necessário e atrativo para os acionistas para fazer a abertura de capital e a nossa intenção é estarmos preparados para, a partir do ano que vem, fazer uma abertura de capital se assim for desejo dos acionistas e vantajoso para a TAP e se houver um mercado para isso”, reforçou o CEO da TAP.
O período de subscrição das obrigações da TAP decorreu entre 3 e 18 de junho e arrancou com um valor total de 50 milhões de euros, mas em 13 de junho a transportadora aérea decidiu multiplicar por quatro o número e valor de obrigações a emitir para 200 milhões de euros.
O valor nominal unitário das obrigações é de 1.000 euros com maturidade em 23 de junho de 2023, com uma taxa de juro fixa bruta de 4,375%.
No prospeto inicial, em 30 de maio, a TAP anunciou que a operação tinha como organizador e coordenador global o Haitong Bank e que “as receitas decorrentes da oferta e da emissão das Obrigações TAP 2019-2023 destinam-se a consolidar o passivo […] num prazo mais alargado, através do refinanciamento de dívidas que se vencerão num futuro próximo, bem como à obtenção de fundos para […] financiar a sua atividade corrente”.
A admissão à negociação na Euronext está prevista para 24 de junho.
O grupo TAP registou, em 2018, um prejuízo de 118 milhões de euros, valor que compara com um lucro de 21,2 milhões de euros registado no ano anterior, anunciou a transportadora em março.
Por sua vez, a receita do grupo passou de 2.978 milhões de euros em 2017 para 3.251 milhões de euros em 2018, traduzindo-se num aumento de 273 milhões de euros, mais 9,1% face ao período homólogo.
// Lusa