O diplomata norte-coreano que, alegadamente, tinha sido executado na sequência da cimeira falhada entre Donald Trump e Kim Jong-un pode, afinal, estar vivo.
Segundo avança a CNN, que cita fontes próximas ao processo, Kim Hyok-chol, que foi o responsável pelas negociações que conduziram à cimeira de Hanói, estará sob custódia e a ser investigado pelo seu papel no encontro.
Na sexta-feira, o jornal sul-coreano Chosun Ilbo, um dos periódicos de maior tiragem no país, noticiou que a Coreia do Norte terá executado Kim Hyok Chol no aeroporto de Pyongyang, juntamente com outros quatro funcionários do ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano pela cimeira que acabou interrompida abruptamente sem acordo para a desnuclearização da península coreana.
O jornal citou uma fonte anónima norte-coreana que explicou que o responsável foi acusado de ser um espião ao serviço dos Estados Unidos por não ter prestado informações completas sobre as negociações entre os dois países.
Ainda antes de a CNN noticiar a possibilidade de Kim Hyok-chol estar vivo, várias publicações norte-coreanas mostraram também Kim Yong-chol, um alto responsável do partido único no poder e um dos políticos que terá sido enviado para um campo de trabalhos forçados junto à fronteira com a China, sentado na mesma fila de Kim Jong-un durante uma apresentação musical das mulheres dos oficiais do Exército Popular da Coreia.
A cimeira de Hanói, em fevereiro, foi o segundo encontro pessoal entre Kim Jong-un e Donald Trump em menos de um ano — depois de um primeiro em Singapura. Enquanto os EUA pretendem negociar a desnuclearização total da península coreana, a Coreia do Norte quer o fim das sanções que isolam o país.
Os Estados Unidos pretendem continuar as sanções a Pyongyang, enquanto o regime não avançar no processo de desnuclearização e exigem que a Coreia do Norte tome medidas concretas, enquanto o regime norte-coreano pede que um tratado de paz seja assinado antes para ajudar a garantir a sua sobrevivência.
Irmã do líder norte-coreano aparece em público
A irmã mais nova do líder norte-coreano Kim Jong-un apareceu em público, lançando dúvidas sobre a especulação dos media quanto ao seu afastamento após o fracasso da cimeira de fevereiro com os EUA.
Kim Yo-jong marcou presença junto do irmão nos icónicos “Jogos em Massa” de Pyongyang, a sua primeira aparição pública nos últimos dois meses.
Os meios de comunicação social estatais da Coreia do Norte mostraram Kim Yo-jong a bater palmas junto do irmão e de outras autoridades no estádio de Pyongyang, num evento com milhares de ginastas e dançarinos e uma multidão num espaço com capacidade para 150 mil pessoas.
As notícias sobre a alegada purga foram publicadas após o Rodong Sinmun, órgão oficial do partido no poder na Coreia do Norte, ter advertido que os responsáveis que cometam atos hostis ao partido ou antirrevolucionários seriam confrontados com o “julgamento severo da revolução”.