Cerca de 10,7 milhões de eleitores vão eleger os 21 deputados ao Parlamento Europeu. À boca das urnas, foram vários os líderes políticos que exerceram o seu direito de voto apelando à participação dos portugueses.
A primeira líder política a exercer o seu direito de voto foi Assunção Cristas. A presidente do CDS-PP votou na escola secundária de Miraflores, em Oeiras, pouco depois das 9h00 e fez um apelo aos portugueses para usarem “este dia maravilhoso para votar” nas eleições europeias deste domingo.
“Sabemos que é uma eleição difícil, normalmente com elevada abstenção, mas o dia está bonito, pode-se ir à praia depois de votar. É importante, sobretudo quando se decidem questões tão relevantes a nível mundial, que a União Europeia seja forte”, disse Cristas aos jornalistas.
Já o primeiro-ministro votou em Benfica. À boca das urnas, António Costa deixou o apelo: “Temos todos o dever, o direito e a ambição de participar”.
“Todos partilhamos do apelo do Presidente da República que é essencial participar nestas eleições. Este é o único momento em que somos todos iguais no exercício do poder. E essa é a grande qualidade da democracia: é o momento em que cada cidadão é igual nos exercício dos seus direitos e não devemos desaproveitar essa oportunidade”, afirmou, lembrando as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa.
“Votem pela Europa e pela democracia”, apelou Pedro Marques, cabeça-de-lista do Partido Socialista às eleições europeias.
“A abstenção é, de facto, o maior adversário dos europeístas e democratas e, por isso, o direito que demorou e custou tanto a ganhar em Portugal deve ser exercido. Esse é o principal apelo aos portugueses hoje: é que votem pela Europa e pela nossa democracia”, advertiu, lembrando que direito de voto “custou a ganhar”.
Em Coimbra, a primeira candidata do Bloco de Esquerda às Europeias, Marisa Matias, defendeu que “há sempre muitas razões” para votar e que não há nenhum motivo para não o fazer.
“Acho que existem sempre razões para votar, há sempre muitas razões para votar e não encontro nenhuma para não o fazer”, disse aos jornalistas depois de ter exercido o seu direito de voto.
Catarina Martins, coordenadora do Bloco, também apelou à participação nestas eleições, alertando que “deixar a uma pequena minoria as decisões sobre a vida coletiva é um erro”.
“As decisões só podem ser bem tomadas se as pessoas participarem. Deixar a uma pequena minoria as decisões sobre a nossa vida coletiva é um erro e portanto é muito importante que as pessoas usem o poder que é o do seu voto para participarem nas escolhas que são determinantes sobre os aspetos muito concretos da nossa vida”, sublinhou.
O cabeça-de-lista do PSD, Paulo Rangel, apelou ao voto afirmando que estas eleições são “decisivas para o quotidiano” dos portugueses e dos europeus.
“Desejo profundamente que as pessoas se mobilizem porque estas eleições são muito relevantes. Há uma certa distância das instituições, em Portugal também acontece, mas estas eleições são decisivas para o quotidiano das portuguesas e portugueses e europeus em geral. É muito importante que não deixem a decisão para outros e vão votar. Votem em consciência. A visão de cada um é soberana, mas votem”, pediu.
O líder dos sociais-democratas, Rui Rio, afirmou que se os níveis de abstenção em Portugal forem idênticos aos das anteriores eleições europeias isso representa “uma derrota para todos”.
“O que mais desejo é que os níveis de abstenção baixem um bocado. Não podemos aspirar a que venha para níveis muito baixos mas, se tiverem os níveis que tiveram da outra vez, perto disso ou mais, é uma derrota para todos e também não é uma vitória para quem não vota”, disse Rio em declarações aos jornalistas depois de votar na junta de freguesia de Massarelos, no Porto.
O cabeça-de-lista do PAN, Francisco Guerreiro, votou e deixou um apelo à mobilização dos eleitores nas eleições que, sublinhou são “tão importantes para o país e para a Europa”.
“Viemos exercer o nosso direito de voto e aquilo que temos apelado é que, acima de tudo, as pessoas participem nestas eleições tão importantes para o país e para a Europa”, disse.
Por sua vez, o líder do partido, André Silva, votou numa escola secundária nos Olivais, em Lisboa, e apelou aos portugueses para que “cumpram o seu dever cívico” e não deixem que “os outros possam escolher por si” nas eleições europeias.
João Ferreira, cabeça-de-lista da CDU, apelou aos portugueses para que votem, lembrando que este é também um “momento fundamental” para o futuro das suas vidas. “O dia de hoje convida a fazer muitas coisas, por isso apelo a que, antes, venham votar.”
Já Nuno Melo, o cabeça-de-lista do CDS-PP, alertou que neste ato eleitoral “é o projeto europeu que está verdadeiramente em causa”, apelando ao voto, até como forma de Portugal “dar um sinal” à Europa.
“Em 2019 é o projeto europeu que está verdadeiramente em causa. E quando falo do projeto europeu falo do essencial que interessa ao desenvolvimento de países tão dependentes com Portugal. É graças a fundos comunitários que se rasgaram pontes, estradas, universidades e escolas”, disse.
Cerca de 10,7 milhões de eleitores são chamados a eleger os 21 deputados portugueses ao Parlamento Europeu, numas eleições a que concorrem 17 listas. Votam para as eleições ao Parlamento Europeu cerca de 400 milhões de cidadãos dos 28 países da União Europeia, que elegem, no total, 751 deputados.
Segundo o Diário de Notícias, a votação para o Parlamento Europeu registou, até às 16h00, uma afluência às urnas de 23,37% de eleitores nacionais. Percentualmente, a abstenção está a subir face a 2014.
A percentagem de afluência deste ano é inferior à das últimas eleições europeias que, à mesma hora, se cifrava em 26,31%. No entanto, em números absolutos, a participação total até poderá ser superior à de há cinco anos.
ZAP // Lusa
Quando os nossos políticos deixarem de ser uma cambada de palhaços, talvez a gente decida votar neles.