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MP bombardeou secretário de Estado com 46 perguntas sobre a EDP

Octávio Passos / Lusa

O secretário de Estado da Economia, João Correia Neves (e), o primeiro-ministro, António Costa (c), e o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor (d)

O Ministério Público enviou 46 perguntas ao secretário de Estado da Economia, João Correia Neves, para tentar perceber a natureza da relação deste com os fatos que estão a ser investigados no caso EDP.

Correia Neves foi chefe de gabinete de Manuel Pinho entre 2005 e 2007. Entre os pontos que a Justiça procura esclarecer junto do atual secretário de Estado, de acordo com o Correio da Manhã, encontram-se questões como se este teria conhecimento dos pagamentos que o Grupo Espírito Santo terá feito a Manuel Pinho ou se estava a par da proximidade entre o presidente da EDP, António Mexia, e o então ministro da Economia, ou se teve conhecimento da influência da EDP no processo legislativo sobre o setor elétrico.

Nas 46 perguntas encontram-se sobretudo dúvidas relacionadas com os pagamentos e favores em investigação pela Justiça: saberia Correia de Neves que Ricardo Salgado chegou a acordo com Manuel Pinho para o BES lhe pagar uma reforma de 61 mil euros mensais? E que o ex-ministro recebia uma avença mensal do BES de 15 mil euros? Ou que o BES terá pago 500 mil euros a Pinho assim que ele tomou posse?

As perguntas do MP ao secretário de Estado terão chegado ao Ministério da Economia na passada sexta-feira, versando também sobre pontos mais prosaicos, questionando por exemplo por que razão Correia Neves decidiu abandonar o gabinete de Pinho, mas também se António Mexia foi mesmo padrinho de batismo de uma filha de Pinho e se o responsável teve conhecimento de jantares ou almoços tripartidos entre os investigados Pinho, Mexia e Salgado.

Correia Neves está, segundo fonte oficial do Ministério da Economia, em viagem oficial na Alemanha, mas vai responder às questões. 18 de junho é a data limite para os procuradores concluírem o inquérito ao caso EDP. A data foi definida pelo diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Albano Pinto, como referência, dado que foi determinada a aceleração processual do inquérito, mas tudo indica que o prazo será prorrogado.

Na base da quase certa prorrogação do prazo da investigação está a necessidade de realizar novas diligências e a falta de respostas a cartas rogatórias que foram enviadas para jurisdições de outros países. Neste processo estão em causa suspeitas de que Manuel Pinho, enquanto ministro da Economia, terá beneficiado o GES e a EDP. Na altura, a EDP era detida pelo Estado.

ZAP //

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