A Procuradoria da Suécia anunciou que irá reabrir a investigação a Julian Assange, fundador da WikiLeaks, por suspeitas de violação.
Assange está atualmente no Reino Unido a cumprir uma pena de 50 semanas de prisão por ter violado as condições da liberdade condicional e aguarda ainda a decisão sobre um pedido de extradição para os EUA.
A decisão de reabrir a investigação na Suécia foi anunciada pela vice-diretora da Procuradoria, Eva-Marie Persson, numa conferência de imprensa esta segunda-feira. A investigação por um alegado crime de violação a uma mulher, em 2010, tinha sido abandonada em 2017.
À altura, os investigadores consideraram não ser possível avançar com a investigação pelo facto de Assange continuar asilado na embaixada do Equador em Londres desde 2012. Com a saída de Assange no mês passado e a sua detenção, os suecos reabrem a investigação, como tinha pedido o advogado da alegada vítima. Assange nega a acusação.
Sobre Julian Assange pende ainda um mandado de extradição pedido pelos EUA pelo alegado crime de conspiração, relacionado com informação confidencial do Estado norte-americano que Assange terá recolhido de forma ilegal, em parceria com Chelsea Manning.
Esses dados foram depois divulgados através da WikiLeaks, em parceria com órgãos de comunicação como o New York Times. Na sua primeira audição em tribunal relativamente ao pedido de extradição, Assange declarou que se opõe ao pedido, alegando que não está a ser acusado por um crime mas sim por ter feito “jornalismo que já ganhou vários prémios”.
O facto de a Suécia reabrir agora a investigação complica a resolução relativamente ao pedido de extradição norte-americano. De acordo com o que uma porta-voz da Procuradoria sueca explicou ao The New York Times, será a Justiça britânica a decidir qual dos pedidos de extradição tem primazia.
A defesa de Assange afirmou que a acusação de violação se tratava de um pretexto para extraditar Assange para os EUA. Per E. Samuelsson, advogado sueco de Assange, declarou à cadeia de televisão sueca SVT que o mais provável era o seu cliente não ser extraditado para a Suécia, mas sim para os EUA.
… estes procuram qualquer coisa para agradar a alguém apenas não sabem o que procura, nem sabem a quem agradar. Triste estado.