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Governo paga 500 mil euros por campanha contra abstenção (mas esqueceu-se de aprovar anúncios)

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João Relvas / Lusa

“Votar é Fácil” é o nome da campanha publicitária promovida pelo Governo com o intuito de combater a abstenção nas eleições europeias deste mês de Maio. Apesar do investimento de 500 mil euros, os anúncios continuam na “gaveta” porque ainda não foram aprovados.

A campanha “Votar é Fácil” já devia ter sido lançada há duas semanas, para incentivar ao voto nas eleições europeias que se avizinham. Isso não aconteceu devido a um atraso do Governo na aprovação dos anúncios, conforme revela o jornal Sol na sua mais recente edição impressa.

O semanário refere que a Altice, que produziu os materiais publicitários, se manifesta “alheia a atrasos” e que imputa responsabilidades ao Governo.

A publicação fala em “esquecimento” e destaca que o Governo “se atrasou na aprovação dos anúncios” que já deviam estar a ser exibidos.

O principal alvo da campanha “Votar é Fácil” são os cerca de 300 mil jovens que vão votar pela primeira vez nestas eleições europeias.

A taxa de abstenção na Europa, nas últimas eleições, foi de 57,5%, número que em Portugal subiu para 66,3%, segundo dados avançados pela Lusa. Em termos de faixas etárias, no último acto eleitoral para o Parlamento Europeu, apenas 28% dos jovens com idades entre os 18 e os 24 anos foram às urnas e em Portugal apenas 19%.

Estes dados são inquietantes e numa altura em que crescem os movimentos nacionalistas e xenófobos na Europa, há preocupações maiores com a eventualidade de altas taxas de abstenção.

Neste mesmo sentido, o Parlamento Europeu lançou no fim de Abril um vídeo institucional em que apela ao voto nas europeias que vão decorrer entre 23 e 26 de Maio nos 28 Estados-membros da União Europeia (UE).

O vídeo aposta no apelo às emoções como fórmula para atrair as massas e está a surtir esse efeito, estando a tornar-se viral nas redes sociais.

“Decida o seu futuro” é o título do vídeo que mostra uma série de mulheres grávidas, de vários países europeus, no momento em que vão dar à luz. O Parlamento Europeu revelou que as imagens de todos os nascimentos são de situações reais, tendo acontecido com bebés que nasceram entre Fevereiro e Março de 2019.

O vídeo pretende ilustrar a grande família europeia e a liberdade que cada eleitor tem de poder escolher o nosso futuro comum. “Cada um de nós pode deixar uma marca mas, juntos, podemos fazer toda a diferença. É por isso que votamos”, salienta-se na curta-metragem que foi legendada nas 24 Línguas oficiais da UE e produzida em 31 linguagens gestuais.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Os partidos recebem mais de 3 euros por cada voto, por isso é que querem que votem, quem não saiba o que é a diferença entre esquerda e direita ou nao se sinta representado simplesmente não vote.

  2. … eu não dou o meu voto a ninguém em qualquer ato eleitoral. Votei duas vezes e qual a minha tristeza nesses dois atos, tempo perdido e esbanjamento de dinheiros públicos.

  3. Deve haver algum engano é que esses anúncios já andam a passar há alguns dias nos diversos canais portugueses…

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