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Maduro acusa ex-chefe dos serviços secretos de ser infiltrado da CIA

Cristian Hernandez / Lusa

O Presidente da Venezuela garantiu na sexta-feira ter provas de que o antigo chefe dos serviços secretos venezuelanos coordenou o levantamento militar do passado dia 30 de abril, como inflitrado da CIA.

“Conseguimos provar que foi recrutado pela CIA (serviços secretos norte-americanos), há mais de um ano, e que trabalhou como traidor, toupeira e infiltrado”, declarou Nicolás Maduro, num discurso transmitido na televisão estatal.

O líder venezuelano referia-se ao general Manuel Christopher Figuera, chefe do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), que retirou na semana passada o seu apoio a Maduro. Para o chefe de Estado, o general Figuera “coordenou o golpe fracassado” da madrugada do dia 30 de abril, convocado pelo líder da oposição, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional (AN, parlamento) e autoproclamado Presidente interino do país.

Na terça-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou que o país suspendeu as sanções contra o general, que terá desertado. No entanto, Maduro advertiu: “Em breve, a justiça vai apanhá-lo e ele vai pagar o preço da sua traição”.

Acusações em linha com a ofensiva recentemente lançada pelo governo chavista “contra os traidores” responsáveis pelo “golpe de Estado fracassado” no final do mês passado. Dez deputados da oposição foram já acusados de “traição à Pátria” e “conspiração”, entre eles o vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, braço-direito de Juan Guaidó.

Zambrano ficou em prisão preventiva no estabelecimento prisional militar de Fort Tiuna, por ordem de um tribunal com competência em casos relacionados com o terrorismo.

Juan Guaidó, que se apresentou como Presidente interino em janeiro e teve na altura o apoio de mais de 50 países, desencadeou no dia 30 de abril um ato de força contra o regime de Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.

Guaidó convoca manifestação anti-regime em Caracas

A capital venezuelana deverá voltar a ser este sábado novamente palco de protestos contra o regime do Presidente Nicolás Maduro. A convocatória foi feita quinta-feira, em conferência de imprensa, pelo autoproclamado Presidente interino Juan Guaidó na sequência da detenção do seu número dois, Edgar Zambrano.

Perante os jornalistas, Guaidó reiterou as críticas ao regime, que acusa de já não governar nem resolver problemas dos cidadãos, mas apenas “perseguir os deputados”.

Falando aos jornalistas 17 horas depois da detenção do vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, na sede do partido Vontade Popular, em Caracas, rodeado de vários deputados da oposição, Juan Guaidó falou para todos os venezuelanos que vivem tempos muito difíceis, para concluir que “o governo de Maduro já não governa”.

“Se governasse, procurava resolver os problemas da falta de eletricidade, da falta de alimentos, de medicamentos, de transportes, mas não, só se preocupa em perseguir os deputados da Assembleia Nacional”, acrescentou, referindo ser o parlamento o único órgão legitimamente eleito e reconhecido pela comunidade internacional.

ZAP // Lusa

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