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Rui Rio acusa António Costa de défice de sentido de Estado

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Rodrigo Antunes /Lusa

O presidente do PSD, Rui Rio, disse esta sexta-feira que o primeiro-ministro, António Costa, teve “défice de sentido de Estado” numa “semana política lamentável, marcada pela questão da devolução integral do tempo de serviço congelado aos professores.

“O que fica desta lamentável semana política é o défice de sentido de Estado do senhor primeiro-ministro. O primeiro-ministro não se demitiu quando morreram mais de cem pessoas nos incêndios de 2017, não se demitiu quando se soube que o Governo andou a inundar a administração pública com familiares e amigos, mas estava disponível ou queria demitir-se porque o parlamento poderia aprovar uma lei que poderia gerar um caos financeiro e vota contra a norma que evitava esse caos financeiro”, disse Rui Rio.

No Porto, numa declaração à imprensa depois de esta manhã a Assembleia da República ter rejeitado as alterações ao decreto do Governo que previam a contagem de todo o tempo de serviço congelado aos professores e uma semana depois da ameaça de demissão de António Costa, Rui Rio repetiu a consideração de que o primeiro-ministro protagonizou “uma farsa, um golpe de teatro“.

“Um primeiro ministro tem de ser um estadista. Um primeiro-ministro tem de ser o garante da estabilidade e não o garante da instabilidade principalmente quando gera essa instabilidade por razões de natureza partidária. As verdadeiras razões [para a ameaça de demissão] foi para perturbar, e se possível parar, a campanha eleitoral para as europeias que lhe estavam a correr particularmente mal”, disse Rui Rio.

Acusando Costa de colocar os interesses do PS à frente dos interesses do país, o social-democrata apontou que “o lema do PS é primeiro a família, depois o PS e depois o país”.

Bloco Central “só em cenário de salvação nacional”

Também nesta sexta-feira, o líder social-democrata disse que um Governo do PS com o PSD só pode acontecer em cenário de “salvação nacional”, apontando estar “de acordo” com António Costa que afastou a possibilidade de um Bloco Central.

“Não estou em desacordo, estou de acordo. Entendo, e já disse isto muitas vezes, que um Governo do PS com o PSD é algo que só pode acontecer em última circunstância, quase em salvação nacional”, disse Rui Rio.

O presidente dos sociais-democratas, que falava no Porto em conferência de imprensa, respondia aos jornalistas depois de o primeiro-ministro ter voltado a afastar a possibilidade de um Bloco Central, considerando que a governação conjunta de PS e PSD “empobrece a democracia” e defendendo que a atual solução de Governo (o PS assinou acordos de apoio parlamentar com PCP, BE e PEV) foi boa para a economia.

“Se olharmos para a economia, eu diria que a solução que tivemos nestes três anos foi boa. Pela primeira vez, voltámos a crescer acima da média europeia. Tivemos uma fortíssima redução do desemprego. Tivemos emprego de melhor qualidade, com uma razoável recuperação de rendimentos, com um nível de investimento privado e empresarial muito significativo, com grande crescimento das exportações”, afirmou António Costa, que falava durante um debate com alunos da Universidade Nova de Lisboa.

ZAP // Lusa

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