Julian Assange afirma que um grupo ligado a uma agência de comunicação exigiu três milhões de euros para não divulgar vídeos captados na embaixada do Equador em Londres, onde viveu durante sete anos.
Os advogados do fundador do WikiLeaks apresentaram as suas suspeitas de tentativa de extorsão ao Tribunal Nacional espanhol, acusando um jornalista, José Martín Santos, três cientistas de computação, a Embaixada do Equador em Londres e ainda funcionários da empresa de segurança equatoriana Promsecurtity.
Segundo o El País, os acusados espanhóis, ligados à agência de comunicação Agencia 6, terão pedido três milhões de euros a Assange para não divulgarem vídeos, imagens e excertos de áudio registados durante a estada do fundador do WikiLeaks na embaixada equatoriana.
As autoridades espanholas já estão a investigar o grupo por associação criminosa, extorsão em território espanhol, crime contra a privacidade, honra e contra o segredo das comunicações entre advogado e cliente.
A Promsecurity, em a colaboração da Embaixada do Equador em Londres, terá espiado ativamente Julian Assange desde 2017, ano em que Lenin Moreno se tornou presidente do Equador. Segundo o Observador, a informação obtida terá depois sido enviada para José Martín Santos, ex-diretor de notícias da televisão municipal de Altea, que já cumpriu três anos de prisão por fraude
O jornalista terá revelado, no final do março, que possuía transcrições das conversas de Assange com o advogado pessoal, Baltasar Garzón, e ainda registos de visitas, encomendas postais e consultas médicas. A 2 de abril, a editora-chefe do WikiLeaks, Kristin Hrafnsson, já teria reunido com Martín Santos para conhecer os termos do jornalista.
No mesmo dia, Hrafnsson terá presentado queixa à polícia espanhola e vários vídeos de Julian Assange foram divulgados nessa semana, num canal do YouTube. Na acusação, os advogados afirmam que o canal foi a forma de os criminosos fugirem ao problema, depois de perceberem que falharam a tentativa de extorsão.
Julian Assange foi detido pela polícia londrina, depois de quase sete anos asilado na embaixada do Equador, em Londres. Permanecerá detido, pelo menos, até dia 2 de maio, enquanto aguarda decisão judicial sobre os pedidos de extradição interpostos pela Suécia e pelos Estados Unidos.