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A Califórnia foi sacudida por quase 2 milhões de terramotos “ocultos” entre 2008 e 2017

Michael Spivak / Flickr

Sul da Califórnia

Recorrendo a poderosos computadores e tecnologias avançadas, uma equipa de sismólogos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) conseguiu identificar quase dois milhões de pequenos terremotos “ocultos” que sacudiram o sul do estado norte-americano da Califórnia entre 2008 e 2017. 

Em comunicado, a instituição multiplica por dez o número de terramotos conhecidos na região nesse período de tempo: o número de sismos passou de 18.000 para 1.8 milhões.

De acordo com os novos dados, a região é sacudida diariamente por 495 terramotos, que se separam, em média, num espaço de tempo de três minutos. Os números anteriores apontavam para um período de 30 minutos de espaçamento entre cada evento sísmico.

Importa frisar que estes movimento telúricos não foram até agora descobertos porque são muito pequenos – magnitudes média entre -2,0 e 1,7 graus (pequena escala utilizada na investigação, assumindo magnitudes negativas)-, tornando-se assim difíceis de identificar no ruído de fundo, marcado pelo tráfego automóvel e por obras de construção.

Ainda assim, realçam os cientistas, os dados são importantes. Um catálogo de eventos sísmicos mais detalhado pode ser uma boa ferramenta para melhor compreender como é que evoluem terramotos de maior dimensão, explicam.

A descoberta “abriu uma nova janela que nos permite observar milhões de terremotos nunca antes vistos, e isso muda a nossa capacidade de caracterizar o que acontece antes e depois dos grandes terremotos”, explicou o cientista Michael Gurnis.

“Esta investigação informa-nos melhor sobre a geometria e a localização de algumas falhas que se localizam bem abaixo da superfície”, completou Zachary Ross, especilista que também participou no estudo, em declarações à Newsweek.

“De todos os terremotos no nosso catálogo, poucos ou nenhuns parecem estar a ocorrer na falha de San Andreas”, assegurou Ross, dando conta que estes dados estão “em contraste com muitas outras grandes – e pequenas – falhas no sul da Califórnia que produzem muitos micro-terramotos. Atualmente, não temos uma boa compreensão física sobre estas observações, sendo este um assunto importante para investigações futuras”, rematou.

Os resultados da investigação foram compilados no artigo científico sob o nome Searching for Hidden Earthquakes in Southern California, disponível no respositório do Caltech.

ZAP //

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