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Ex-assessor de Obama acusado de mentir e esconder informação

Gregory Craig

Um antigo assessor do ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama foi acusado, na quinta-feira, de mentir ao Departamento de Justiça e de esconder informação sobre o seu trabalho para o Governo da Ucrânia.

O caso contra Gregory Craig, de 74 anos, emergiu da investigação do procurador especial Robert Mueller à alegada interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016, escreveu o New York Times. A sua atividade de lobbying estará ligada às diligências de Paul Manafort, antigo diretor de campanha do então candidato Donald Trump, em Kiev.

Segundo a lei dos EUA, todos os lobistas que trabalhem para governos estrangeiros têm de se registar no Departamento de Justiça. Se for condenado, Gregory Craig enfrenta uma pena máxima de cinco anos por cada acusação, além de 250 mil dólares (mais de 220 mil euros) em multas, lê-se num artigo do Expresso. Os seus advogados negam as acusações.

O trabalho do ex- assessor na Ucrânia aconteceu em 2012, enquanto sócio sénior do escritório de advogados Skadden, já após o seu mandato de um ano na Administração Obama.

A sua atividade de lobbying estará ligada às diligências políticas de Paul Manafort, antigo diretor de campanha do então candidato presidencial Donald Trump, em Kiev. Na altura, Paul Manafort trabalhava como consultor político na Ucrânia, tendo encaminhado um projeto para aquele escritório de advogados, indicou o New York Times.

Paul Manafort foi o primeiro antigo assessor de Donald Trump a ser preso no âmbito da investigação de Mueller, apesar de as suas acusações dizerem respeito apenas ao trabalho de consultoria na Ucrânia. Em março, foi preso por acusações de fraude, fraude bancária, conspiração contra os EUA e conspiração para obstruir a justiça.

Embora não tenha sido acusado de violação das leis de ‘lobbying’ no estrangeiro, Gregory Craig prestou declarações falsas e enganosas, refere a acusação. Apesar de conhecer as exigências, o ex-assessor de Barack Obama não se quis registar como lobista da Ucrânia “por acreditar que isso poderia impedi-lo e a outros advogados do escritório de assumirem posições no governo federal no futuro”, acrescenta a acusação.

Ainda segundo a mesma, o antigo assessor reteve informações sobre os seus contactos com os ‘media’ e prestou declarações falsas em documentos entregues à Procuradoria-Geral relativamente à lei americana do ‘lobbying’ no exterior.

Em janeiro, a Skadden pagou 4,6 milhões de dólares (quatro milhões de euros) ao Departamento de Justiça como parte de um acordo, depois de admitir ter prestado declarações enganosas às autoridades federais sobre o trabalho do escritório na Ucrânia. Gregory Craig não foi mencionado nesse acordo.

Antes de as acusações terem sido anunciadas, os seus advogados sublinharam a sua inocência. “A insistência teimosa do Governo em processar [Gregory] Craig é um abuso equivocado da discrição da Procuradoria”, afirmaram num comunicado enviado à imprensa norte-americana.

TP, ZAP //

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