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“Guerra” comercial EUA-China. Trump fala em acordo épico e histórico, “se acontecer”

Erik S. Lesser / EPA

Antes de se reunir com o vice-presidente chinês, Donald Trump estimou que um acordo poderia surgir nas próximas quatro semanas. No entanto, há “algum caminho a fazer”.

Donald Trump anunciou, esta quinta-feira, que os Estados Unidos e a China concordaram em “muitos dos pontos mais difíceis” na disputa comercial entre as duas potências, sublinhando, contudo, que há “algum caminho a fazer”.

Em declarações na Casa Branca, antes de se reunir com o vice-presidente chinês, Liu He, o Presidente dos Estados Unidos estimou que um acordo poderia surgir nas próximas quatro semanas.

Segundo Trump, um acordo comercial estará próximo, mas ainda não há planos para uma cimeira com o seu homólogo Xi Jinping. “Este é um acordo épico e histórico – se acontecer. Vamos ver se acontece. Há uma boa probabilidade de acontecer“, disse. Do lado chinês, Xi, citado pela agência estatal de notícias Xinhua, falou em progressos substanciais.

De acordo com o Expresso, os pontos críticos nas negociações incluem a rapidez com que as tarifas alfandegárias são revertidas, assim como a forma como será aplicado o possível acordo entre os Estados Unidos e a China. Na ausência de um entendimento, afirmou Trump, será difícil que os EUA permitam que as relações comerciais com a China continuem.

No final do ano passado, ambas as partes acordaram uma trégua de 90 dias nesta “guerra” comercial para negociações. Em caso de ausência de acordo, os Estados Unidos voltariam a impor, a partir de 1 de março, um aumento de tarifas, de 10% para 25%, em aproximadamente 200 mil milhões de dólares (cerca de 175 mil milhões de euros) de produtos importados da China. No entanto, houve um prolongamento do prazo.

Em dezembro, durante a cimeira do G20 na Argentina, Trump e Xi concordaram avançar nas negociações sobre as questões estruturais do diferendo comercial, incluindo “transferências tecnológicas, proteção da propriedade intelectual, ciberintrusão, serviços e agricultura”, como ficou estipulado num comunicado.

“Novo consenso”

Liu He disse que as negociações comerciais entre Pequim e Washington “chegaram a um novo consenso”, informou esta sexta-feira a agência estatal de notícias Xinhua.

Numa reunião com Donald Trump, na Casa Branca, Liu disse que as equipas negociadoras dos dois países “realizaram reuniões frutíferas e chegaram a um novo consenso em questões importantes como o texto do acordo económico e comercial“.

O vice-primeiro-ministro chinês, que lidera a delegação de Pequim nas negociações que decorrem nos EUA, disse que ambas as partes “continuarão com as consultas para alcançar maiores progressos em questões de interesse mútuo, de forma a concluir as negociações o mais rápido possível”.

Liu He, que estava inicialmente previsto ficar apenas dois dias em Washington, vai prosseguir esta sexta-feira as negociações com o representante norte-americano para o Comércio Robert Lighthizer, indicou fonte próxima do processo. Além de Lighthizer, o chefe da equipa negocial da China reuniu-se na quarta e na quinta-feira com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

Washington, que quer reequilibrar as trocas comerciais com o seu parceiro asiático, exige mudanças “estruturais” do sistema económico chinês, ainda dominado por grupos públicos subvencionados pelo Estado. Trump condena o desequilíbrio comercial entre os dois parceiros: no ano passado, o défice dos Estados Unidos no comércio de mercadorias com a China aumentou novamente 11,6%, para 419,16 mil milhões de dólares.

Há vários meses que o Presidente da principal potência mundial envia sinais contraditórios, ora congratulando-se com os avanços feitos nas conversações, ora brandindo a ameaça de não assinar um acordo. “É preciso que seja um bom acordo. Se não for um bom acordo, não assinaremos”, advertiu mais uma vez na quinta-feira, antes da reunião.

O chefe da equipa de negociadores norte-americana, Lighthizer, considerou, por sua vez, que ainda há “grandes pontos” de litígio para resolver, mas sem fornecer mais pormenores.

ZAP // Lusa

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