O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, disse que a situação do líder da oposição, Juan Guaidó é “um assunto da Justiça”, após lhe ter sido retirada a imunidade.
“É um assunto da Justiça venezuelana e não do poder executivo”, afirmou Jorge Arreaza em declarações à Efe em Beirute, à margem de um encontro de apoio ao seu país, num hotel da capital libanesa.
A Assembleia Nacional Constituinte (ANC), composta apenas por chavistas, aprovou na segunda-feira o levantamento da imunidade de Guaidó, depois de o terem acusado de atos terroristas e crimes contra a humanidade, o que abre as portas para o seu julgamento.
Arreaza adiantou à agência de notícias espanhola que o Governo da Venezuela não quer uma guerra, referindo que a cooperação militar com outros países, como a Rússia, é para defender-se. “O único que fala de guerra é os Estados Unidos, mas nós não queremos guerra. A nossa cooperação militar com outros países é para nos prepararmos e defendermo-nos”, declarou.
Durante a sua intervenção perante uma centena de representantes de partidos de esquerda libaneses, palestinianos e da região, assim como de uma filha de Che Guevara, o ministro reafirmou que o seu país se defenderá de uma qualquer agressão. “Não queremos uma guerra para a Venezuela, mas se for sua vontade, o Presidente Maduro resistirá com as armas e munições a qualquer invasão”, assegurou.
Arreaza referiu que “o golpe de Estado estava preparado para finais de janeiro, mas não passou, nem vai passar”. “O golpe de Estado preparado pelos Estados Unidos contra Nicolás Maduro fracassou, apesar do dinheiro que ofereceram aos militares para que derrubassem o seu Presidente e traíssem a sua Constituição”, adiantou.
O ministro venezuelano classificou Guaidó de “farsante e fantoche”, recordando que até há pouco “ninguém o conhecia”. “Estão a pressionar todos os países do mundo para que reconheçam o senhor farsante Guaidó e ameaçam-nos com a retirada do seu apoio e ajuda”, acrescentou.
“Dos 193 países que integram as Nações Unidas, 53 fizeram ameaças e pressão. Não podem com a Venezuela e não podem com Nicolás Maduro”, comentou, garantindo que se declararem uma guerra contra o seu país, a guerra da independência da América Latina de Espanha “não será nada em comparação com o que sucederá agora”.
Arreaza está no Líbano no âmbito de uma viagem pelo Médio Oriente que também o levou à Turquia e que continuará com uma deslocação à Síria, um aliado da Rússia e do chefe de Estado venezuelano.
// Lusa
o Guaidó só vai para o governo quando as forças armadas deixarem de apoiar o Maduro