A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) vai exigir ao Ministério da Economia a publicação do nome das escolas de condução e o número dos alunos propostos para exame, após “dezenas de queixas” sobre concorrência desleal no setor.
Em causa, está, segundo disse à Lusa o dirigente sindical da FECTRANS Vítor Pereira, o facto de muitas escolas estarem a praticar preços de tal forma baixos que põem em risco a própria qualidade do ensino de condução, situação que considera ser de “legalidade duvidosa”.
“Já recebemos dezenas e dezenas de queixas. Há uma forte suspeita de que existem escolas que não têm lucros pela via do ensino normal, mas pelo chumbo dos alunos, que depois têm de voltar novamente à escola. Além disso, há muitos instrutuores a sofrer grandes pressões por parte das entidades patronais”, relatou Vítor Pereira, acrescentando que as queixas e os chumbos são cada vez mais frequentes, sobretudo no último ano e meio.
O dirigente sindical queixa-se da falta de números concretos dos chumbos existentes, já que estes dados são enviados ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), que por sua vez “nada diz sobre o assunto”.
Vítor Pereira critica a falta de fiscalização no setor e exige a clarificação da situação, sublinhando que este é um setor de segurança rodoviária e, como tal, de interesse público.
“Por isso, a FECTRANS vai exigir na próxima semana, via carta, que faça ao ensino da condução o mesmo que se faz para o ensino geral, ou seja, que torne público o nome das escolas e o número de alunos que as escolas propõem para exame”, afirmou.
/Lusa