O Governo americano considerou informação confidencial as 5 mil páginas do registo do projeto de drones militares da Google. Depois de duras críticas, a empresa deixou de desenvolver a tecnologia.
Aquando da revelação que a Google estava envolvida no desenvolvimento de drones militares para o Governo americano, a opinião pública disparou contra a empresa. Como forma de protesto, até mesmo alguns funcionários da Google apresentaram a demissão, há cerca de nove meses.
Os investigadores da área da inteligência artificial que contestam o Projeto Maven colocam em causa questões éticas relacionadas com o facto de a Google estar a ajudar os militares a implementar o uso de computadores para classificar as imagens captadas por drones, nomeadamente para distinguir seres humanos de objetos, por exemplo.
Desde então, o Projeto Maven tem sido escondido dos olhos atentos da público e dos media. O jornalista americano do The Intercept, Sam Biddle, tentou aceder aos registos do projeto para tentar saber mais sobre estes drones com inteligência oficial — mas sem sucesso.
O Pentágono considerou que as 5 mil páginas do projeto eram demasiado sensíveis para serem reveladas ao público. De acordo com a Futurism, o Projeto Maven contém “informações críticas de segurança de infraestruturas“. Com a saída da Google do desenvolvimento da tecnologia, foi contratada a Anduril Industries.
O The Intercept recebeu um memorando da Diretora Executiva do Departamento de Defesa americano, Lisa Hershman, que explica que tornar públicos os registos do Projeto Maven “forneceria ao adversário as informações necessárias para destruir ou danificar a tecnologia, operações militares e instalações do Departamento de Defesa, além de pôr em perigo a vida dos seus funcionários”.
Apesar da explicação dada por Hershman, Biddle refere que a equipa jurídica do The Intercept planeia lutar contra o Departamento de Defesa, com base no facto de que lhes foi negado o acesso aos registos de forma demasiado agressiva.