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Detetive holandês encontra quadro de Picasso 20 anos depois do desaparecimento

O retrato “Busto de Mulher”, pintado por Pablo Picasso em 1938 e furtado em 1999, foi entregue ao detetive holandês Arthur Brand, em Amesterdão. Antes de ser confiada ao especialista na recuperação de obras de arte, a pintura – que pode atingir um valor comercial de 25 milhões de euros -, era usada como moeda de troca para drogas e armas.

Há quatro anos que Arthur Brand procurava pela obra, roubada em 1999 no iate de xeque saudita Abdul Mohsen Abdulmalik – atracado no porto de Antibes (França) -, da qual só possuía uma fotografia. Vista pela última vez a 11 de março de 1999, nada mais se soube sobre a pintura até o detetive a ter recebido, avançou o Vida Extra, do Expresso.

De acordo com a Fortune, a pintura teria sido usada como moeda no submundo do crime de Amsterdão para pagar por tráfico de drogas e armas. A pessoa que estava na posse da obra teria decidido entregá-la e procurou Arthur Brand para fazê-lo.

O detetive holandês foi capaz de validar que a pintura é o original Picasso graças às costas da mesma. Embora os falsificadores de arte possam reproduzir uma pintura, geralmente não sabem como deve ser a parte de trás da tela.

Abdul Mohsen Abdulmalik adquiriu a obra nos anos 80, na Galeria Pace, em Nova Iorque, por um valor não confirmado. Quando roubado do seu iate, o quadro tinha um valor no mercado de quatro milhões de euros, indicou a EFE.

Aquando do furto, as câmaras de vigilância estavam desativadas e permitiram aos assaltantes levar “Busto de Mulher”, separando-o da companhia de um outro Picasso e de uma tela impressionista de Matisse, também estes guardados no barco.

Com a passagem do tempo, as autoridades francesas deram o caso por encerrado porque, na maioria das vezes, afirmou Arthur Brand, “quando um quadro desaparece assim totalmente é porque os ladrões não o conseguiram vender e acabam por destruí-lo para não terem problemas”.

O proprietário oferecia uma recompensa de 400 mil euros mas, depois de perder a esperança de encontrá-lo, recebeu quatro milhões de euros da companhia de seguros, empresa que agora tem consigo a obra em Amesterdão. A confirmação da autenticidade do quadro chegou na terça-feira, por um representante da seguradora.

“Picasso é o artista mais importante do século XX e também um dos mais falsificados, o que faz com que, frequentemente, apareçam quadros seus que são meras cópias”, frisou Arthur Brand, protagonista na resolução de outros raptos artísticos, tendo recuperado originais de Salvador Dalí, Josef Thorak e Tamara de Lempicka.

As dificuldades para a recuperação desta obra foram muitas, contou o detetive citado pelo El País, desde logo porque “Picasso pintou este retrato para ele mesmo e não o assinou”, tendo permanecido em casa do artista, sem nunca ter sido exposto.

Um especialista em arte americano está na capital holandesa a analisar o quadro para verificar o seu estado antes de ser oferecido de novo a Abdulmalik, que recupera uma obra avaliada em 25 milhões de euros em leilões.

Ao longo dos anos, várias falsificações da pintura foram oferecidas e rejeitadas pelas  seguradoras. A polícia holandesa não fez detenções relacionadas com o roubo ou com a recuperação da pintura.

TP, ZAP // EFE

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