Beto Barata / PR
Michel Temer
A polícia federal brasileira deteve hoje o ex-Presidente do Brasil Michel Temer e tenta cumprir um mandado de prisão contra o ex-ministro Moreira Franco a pedido dos investigadores da Operação Lava Jato do Rio de Janeiro.
A task force da Operação Lava Jato deteve na manhã desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, o ex-presidente da República do Brasil Michel Temer.
O ex-ministro das Minas e Energia, Moreira Franco, viu também ser emitido um mandado de captura, mas não há ainda informação de que a ordem judicial tenha sido cumprida. Os mandados foram emitidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
A Polícia Federal brasileira tentava desde esta quarta-feira localizar, sem sucesso, o paradeiro de Temer, razão pela qual a sua detenção apenas foi concretizada esta quinta-feira.
De acordo com o jornal O Globo, há ainda um mandado de prisão contra o ex-ministro da Casa Civil de Temer, Eliseu Padilha. O jornal adianta que a decisão judicial tem origem em denúncias, sob a forma de delação premiada, do economista Lúcio Funaro, envolvido em vários processos de suborno, lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Em delação homologada em 2017, Funaro terá detalhado esquemas de suborno orquestrados por responsáveis do antigo PMDB, partido de Michel Temer, e explicado como funcionava o esquema montado para evitar que outros alvos da Lava Jato assinassem acordos de colaboração.
Temer está a ser investigado em quatro processos por crimes como corrupção passiva, liderança de organização criminosa, obstrução à Justiça e lavagem de dinheiro. Num dos processos, o ex-presidente é investigado por corrupção passiva como destinatário de 500 mil reais apreendidos a um ex-assessor.
Outra das acusações incide sobre a célebre expressão “tem que manter isso aí”, na qual Temer é acusado de chefiar uma organização criminosa e de tentar obstruir a Justiça, comprando o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
De acordo com as acusações da justiça, Temer estará ainda envolvido em pagamentos ilícitos ao MDB, num um total de 36 milhões de reais (cerca de 10 milhões de euros), a troco de benefícios a empresas do sector portuário.
Michel Temer, antigo vice-presidente de Dilma Rousseff, subiu à presidência na sequência do ‘impeachment’ que afastou a antiga presidente do cargo, no meio do escândalo de corrupção generalizada que levou vários políticos e governantes brasileiros à prisão – entre os quais o antigo presidente Lula da Silva.
