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Marcelo dá pontapé no protocolo e vai espreitar o Carnaval de Luanda

João Relvas / Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa, assiste ao Cortejo de Carnaval de Luanda após a chegada a Luanda

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, quebrou o protocolo logo no início da visita de Estado a Angola ao deslocar-se inesperadamente para a bancada ‘vip’ do carnaval angolano, logo após sair do aeroporto, em Luanda.

Acompanhado do ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, o chefe de Estado português foi levado para a quarta fila da bancada ‘vip’ onde permaneceu inesperadamente também completamente discreto, sem que a multidão notasse a sua presença. Com o pôr do sol de frente para a bancada, Marcelo Rebelo de Sousa permaneceu cerca de 30 minutos sempre acompanhado pelo governador da província de Luanda, Sérgio Luther Rescova.

A quebra de protocolo gerou grande confusão entre as equipas de segurança e os jornalistas que acompanham o Presidente português na visita a Angola.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou o palanque cerca de 18:00 locais, seguindo de imediato para uma unidade hoteleira em Luanda, de onde partirá para o jantar do sexagésimo quinto aniversário do seu homólogo angolano, João Lourenço, de quem é convidado.

A visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa a Angola começa oficialmente na quarta-feira, tendo de manhã um encontro em privado com João Lourenço.

Notícias sobre bairro da Jamaica são “uma insignificância”

Na chegada à Angola, o Chefe de Estado manifestou.se-se confiante no futuro das relações bilaterais e considerou “uma insignificância” as notícias sobre os contactos ministeriais na sequência dos incidentes no bairro Jamaica, no Seixal.

Em declarações aos jornalistas no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que regressa a Angola com “uma confiança baseada nos passos dados” nos últimos meses no plano político e diplomático, que no seu entender “são muito sólidos, são muito firmes, são muito concretos e que permitem apontar para o futuro com essa confiança”.

Relativamente às notícias sobre se houve ou não, nos contactos entre ministros dos Negócios Estrangeiros, um pedido de desculpa de Portugal a Angola na sequência dos incidentes registados em janeiro no bairro da Jamaica, maioritariamente habitado por população de origem angolana, o chefe de Estado português considerou que se trata de “uma insignificância”.

“Verdadeiramente, o que neste momento é significativo não são os irritantes do passado, nem os insignificantes do presente, são os importantes do futuro. E os importantes do futuro são as questões concretas da vida das angolanas e dos angolanos, das portuguesas e dos portugueses, desse somatório de entre 200 mil a 300 mil que vivem cruzados nos dois territórios e que têm problemas concretos”, contrapôs.

O Presidente defendeu que “a diferença entre um político e um estadista é que o político prende-se aos irritantes e aos insignificantes e o estadista olha para os importantes”.

ZAP // Lusa

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