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“O click foi a ADSE”. Marcelo pressionou Costa a negociar, mas Centeno não abre a torneira

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Miguel A. Lopes / Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa puxou os cordelinhos para convencer o primeiro-ministro a negociar com professores e enfermeiros. António Costa só cedeu depois do “click” do “conflito na ADSE”. Mas as negociações batem no obstáculo Mário Centeno que fecha a torneira do dinheiro.

Numa altura em que o Governo está a preparar-se para voltar às negociações com os enfermeiros e com os professores, o ministro das Finanças deixa o alerta de que “não há margem nenhuma para acomodar novos aumentos de despesa”, conforme cita o semanário  Expresso.

“A meta do défice é para manter“, assegura Mário Centeno, numa altura em que se fala do abrandamento da economia europeia. Com esse receio no bolso e com a necessidade de injectar mais de mil milhões de euros no Novo Banco, o ministro das Finanças não planeia abrir a torneira para satisfazer as reivindicações de enfermeiros e professores.

Falta saber como António Costa vai descalçar esta bota, tanto mais em ano eleitoral.

O primeiro-ministro foi, durante meses, indiferente à pressão de Marcelo Rebelo de Sousa para negociar com enfermeiros e professores, conforme avança o Expresso.

O click só se deu com o conflito na ADSE“, revela ao semanário uma fonte da Presidência.

A greve de fome anunciada por dois enfermeiros também ajudou Costa a mudar de ideias, revelando agora nova abertura para ouvir as reivindicações das duas classes profissionais.

“Com a ADSE, o primeiro-ministro percebeu que era o PS, a UGT e o eleitorado socialista que estavam em causa”, explica a mesma fonte ao Expresso.

Actuando nos bastidores, Marcelo mexeu os cordelinhos e disponibilizou uma equipa médica ao enfermeiro em greve de fome que se instalou em frente ao Palácio de Belém. Mais um sinal a Costa da pretensão do Presidente em resolver o diferendo com diálogo.

Agora, Marcelo conta que o Governo chegue a um acordo “parcial” com os enfermeiros e que volte “ao decreto que recupera dois anos e nove meses do tempo congelado” aos professores, como apurou o Expresso.

A confirmarem-se as expectativas do Presidente, falta saber de onde virá o dinheiro para pagar as pretensões de enfermeiros e docentes.

Centeno tem-se mostrado inflexível, apontando para a necessidade de redução da dívida e sustentando a importância do controlo orçamental. “É necessário fazer tudo com conta, peso e medida. Os portugueses merecem isso”, aponta o ministro citado pelo Expresso.

O Governo apresentará em Abril o Programa de Estabilidade para o período 2019-2023, com as linhas orientadoras em matéria de política económica. E ninguém sabe o que vai Centeno incluir no documento – para já, o ministro não abre o jogo, reforçando apenas que a torneira está fechada a mais despesas.

ZAP //

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7 Comments

  1. «A torneira está fechada a mais despesas», porque para o NOVO BANCO é que tem de haver…!!!

    Enquanto isso, os ex-donos do BES andam aí flauteados da vida, a rir-se à nossa custa. Ai se eu mandasse!

  2. Aqui está o resultado de uma política errada desde início, esbanjaram dinheiro para agradar a alguns sem olhar às possibilidades reais do país, foram na cantiga das 35 horas para algumas classes de funcionários públicos, criaram divisões entre estes e sobretudo entre estes e o privado, agora a situação terá mesmo que estar pior do que aquilo que tentam fazer crer porque em ano de eleições virem dizer já no início do ano que já não existe mais dinheiro é porque a situação está má, como resultado estamos em antepenúltimo lugar na tabela da classificação dos países da UE em desenvolvimento, o que é péssimo.

      • O problema é de facto que muitos não entendem e muito menos lhes interessa entenderem, não quero com isto dizer que os aumentos se justificassem porque até todos necessitariam de mais, o problema estava nas capacidades económicas do país, o resultado está bem visível, com mais uns euros no bolso, com mais impostos e menos assistência social para não falarmos de outras necessidades cada vez mais escassas, onde está o ganho? Quanto às 35 horas simplesmente escandaloso, divisão entre classes e portugueses, resultado negativo e pelas afirmações do Centeno a situação possivelmente será bem mais negra do que parece.

    • Enquanto isso, foram dispondo de algum para aguentar o PCP e o Bloco. E agora que se esgotou a massa, o que vão oferecer a estes que aguentam a geringonça?

      • Possivelmente irão aguentá-los com novas promessas as quais serão impossíveis de concretizar porque a situação de facto já esbarra para o torto e a situação interna e externa não parece caminhar no bom sentido, a sorte foi de facto o governo não se ter deixado embarcar de todo nas aventuras da extrema-esquerda pois já estaríamos de novo sob controlo da troika, vão tentá-los aguentar até porque estes também precisam da muleta do PS para não caírem ainda mais no desconhecimento e provavelmente se ganharem as eleições aí o governo será de pouca duração pois a turbulência neste momento é já grande, caso outros ganhem também não irão ter tarefa fácil e de novo surgirão vozes discordantes e ignorantes a reclamar enquanto hoje aplaudem.

  3. Se esse Maçónico e traidor de António Costa ganhar as legislativas coitado de nós portuguêses iremos cair na abismo.
    Tudo faz para ficar com os tachos e Assembleia Familiar e de amigos.
    Deu á Banca muito mais que 8 mil milhões de euros, e assim a saúde, educação e segurança ficaram para trás.
    Porquê num país que podia ser uma Suiça e hoje está nas ruas da amargura!
    Porquê um país pequeno sem guerras existem 240 Generais?
    E no tempo que fui mobilizado para a Guiné em 1968 só havia 5 Generais?????
    Isto é uma afronta terrivél e Maçónica.
    Porque não uma Monarquia?

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