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Polícia indonésia usa cobra em interrogatório para intimidar um alegado ladrão

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A polícia indonésia emitiu um pedido de desculpas e prometeu ações disciplinares depois de agentes enrolarem uma cobra à volta do pescoço de um suspeito para o obrigar a confessar.

Um vídeo a circular online mostra um indivíduo sentado com as mãos atadas atrás das costas e a ser questionado sobre o facto de ter roubado telemóveis.

À volta do seu pescoço foi colocada uma cobra viva, que os agentes estavam a usar para ameaçar o suspeito e forçá-lo a confessar. “Quantas vezes roubaste telemóveis?”, questiona o agente. “Só duas vezes”, responde o suspeito.

No vídeo pode ouvir-se uma voz que ordena o homem a abrir os olhos e que, a certo ponto, ameaça colocar o animal na sua boca ou nas suas calças.

A advogada que divulgou o caso, Veronika Koman, é veterana na defesa dos naturais de Papua, uma província indonésia que faz fronteira com a Papua Nova Guiné e cujos naturais se queixam com frequência de serem vítimas de racismo por parte das autoridades. Em janeiro, segundo Koman, um ativista pró-independência foi detido sob uma falsa acusação de roubo e sujeito a tratamento semelhante.

“Foi espancado, pontapeado, esbofeteado, e a sua cabeça foi empurrada em direção à cobra para o obrigar a admitir que tinha roubado uma motocicleta”, disse Koman, acrescentando que outros locais detidos por motivos políticos têm igualmente testemunhado o uso de cobras por parte das forças de segurança.

Confrontadas com provas visuais inegáveis do abuso mais recente, as autoridades reconheceram o erro publicamente, de acordo com a agência Reuters.

Em comunicado, o chefe de polícia Tonny Ananda Swadaya emitiu um pedido de desculpas, admitindo que os agentes não atuaram de forma profissional e acrescentando que estes agiram por sua iniciativa. A cobra não era venenosa, disse ainda.

“Tomamos ações contra os agentes”, disse Tonny Ananda Swadaya, acrescentando que os agentes não atacaram fisicamente o homem.

“Institucionalmente, não reconhecemos uma forma de interrogatório tão pouco profissional, e garantimos que um método tão desumano não voltará a acontecer no futuro“, disse um porta-voz da polícia.

O caso está a ser investigado pela unidade de assuntos internos e se comprovada a violação da lei ou do código de conduta dos agentes serão tomadas diligências.

ZAP //

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