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Marito saiu para pescar, não voltou e deixou uma aldeia inteira sob suspeita

(dr)

Na derradeira tarde de maio de 2016, Marito saiu de casa à hora da sesta. Empoleirado na sua bicicleta, pedalou até à lagoa. Marito, ou Mario Agustín Salto, nunca mais voltaria.

Tudo aconteceu em Quimilí, Santiago del Estero, na Argentina. Marito ia pescar ao charco, que não era muito longe. Por lá, na margem seca, estavam dois miúdos na brincadeira.

Mas Marito não voltou para casa. A família deu conta do desaparecimento às autoridades. A população muniu-se de compromisso e angústia alheia e procurou o rapaz de 11 anos. Finalmente, dois dias depois, encontraram o corpo do argentino sem vida. Marito foi violado, torturado, esquartejado e abandonado nos arredores da cidade.

Esta história, que abanou as estruturas morais da sociedade argentina, foi recordada pelo jornal La Nación, a 4 de novembro de 2018.

A juíza Rosa Falco tem em mãos um caso macabro. “Parece um livro de magia”, sugere a jornalista. Afinal, tem o latido dos cães, cartas que anunciam um qualquer ritual bizarro e um bruxo detido. Há também a suspeita de que seria um crime ligado ao narcotráfico, um ajuste de contas, e um aviso para o tio de Marito, Marcelo Salto, que terá participado alguns meses antes do crime numa operação antidrogas.

Foram então detidas oito pessoas. Uma coisa era certa: o ADN encontrado nas roupas e corpo do menino pertenciam a duas pessoas ligadas – ou irmãos ou familiares. Mas nenhum dos detidos coincidia com o ADN recolhido. Por isso, avançou-se para a realização de testes de ADN a três mil pessoas, contou o La Nación, em outubro de 2018.

A intenção da juíza passava por, através de amostras de ADN de cada família de Quimilí, reduzir “muito o universo dos 27 mil habitantes” que tem aquela aldeia.

A história de Marito voltou esta quarta-feira aos jornais argentinos porque Mauricio Macri, o presidente daquele país, vai visitar a localidade – “a aldeia marcada pelo horror”.

ZAP //

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