Por ano, os centros de orientação de doentes urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) recebem cerca de 20 mil chamadas falsas que original o acionamento de 7.500 meios.
Ambulâncias, motos, viaturas médicas e até helicópteros são frequentemente mobilizados para ocorrências que não existem. As “falsas emergências” continuam a ser uma preocupação, até porque a atividade do INEM não pára de aumentar. No ano passado, deu resposta a mais de 50 mil emergências do que no ano anterior.
Segundo o Jornal de Notícias, os centros de orientação dos doentes urgentes (CODU) do INEM recebem, por ano, cerca de 20 mil chamadas falsas que originam a mobilização de cerca de 7.500 meios. Enquanto estes meios são mobilizados para falsas emergências, deixam de estar disponíveis para as reais.
O diário dá o exemplo de uma caso em concreto, que aconteceu na noite de Natal. Uma chamada para o 112 dava conta de um acidente de aviação muito grave na Póvoa de Lanhoso, no distrito de Braga, com feridos graves e, inclusivamente, encarcerados.
O INEM acionou de imediato bombeiros e ainda dois VMER (veículo médico de emergência e reanimação). Mobilizaram-se, no total, 36 meios operacionais, incluindo autoridades. Só se aperceberam da falsidade da chamada quando chegaram ao local do suposto acidente.
O autor da chamada foi um jovem de 21 nos, identificado cerca de um mês depois da falsa ocorrência. Segundo o JN, incorre agora num crime punível com prisão até um ano ou 120 dias de multa.
António Táboas, médico do CODU Norte, disse ao jornal que “temos adultos com psicopatologia, chamadas de atenção, brincadeiras de crianças muito típicas no primeiro dia de férias”.
O 112 faz uma primeira triagem, desconfia quando o telefonema é feito de um telemóvel sem cartão (só aparece o IMEI) ou quando o ruído de fundo são risos de crianças. Ainda assim, a Polícia transfere uma média de 54 chamadas falsas por dia para as centrais do INEM.
Os operacionais têm alguns truques para apanhar os prevaricadores, mas na dúvida acabam por acionar os meios. “É a história do Pedro e do lobo“, diz António Táboas.
Além disso, são também registadas milhares de chamadas de falsas emergências, situações que não são, de todo, emergências médicas. Em 2018 foram recebidas 68.163 chamadas de “falsas emergências” no rácio de 186 por cada dia do ano.