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Theresa May determinada a cumprir Brexit dentro do prazo

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Stephanie Lecocq / Lusa

Theresa May, primeira-ministra britânica

Theresa May garantiu este domingo que não irá pedir o prolongamento de prazo a Bruxelas e que voltará às negociações do acordo de saída com os líderes comunitários já nos próximos dias.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, reiterou este domingo que está decidida a que o Reino Unido abandone a União Europeia (UE) a 29 de março, data prevista para a saída da União Europeia, e garantiu que não pedirá a Bruxelas um prolongamento do prazo.

Estou determinada a manter em aberto o Brexit, e determinada a cumprir dentro do prazo – 29 de março de 2019 – escreveu a dirigente conservadora num artigo publicado hoje no jornal Sunday Telegraph, citado pela agência AFP.

May pretende renegociar o acordo do Brexit com os líderes comunitários nos próximos dias com a finalidade de modificar o polémico mecanismo de salvaguarda para evitar uma fronteira física na Irlanda do Norte, ainda que a UE tenha rejeitado, de momento, modificar o acordo estabelecido, em novembro, entre o Reino Unido e o grupo dos 27.

“Quando regressar a Bruxelas para batalhar pela Grã-Bretanha e Irlanda do Norte fá-lo-ei com um novo mandato, novas ideias e uma renovada determinação para encontrar uma solução pragmática”, afirmou May no mesmo artigo.

O parlamento britânico aprovou na semana passada uma emenda que insta o Governo a negociar “regras alternativas” à cláusula de salvaguarda norte-irlandesa. Ainda assim, May sustenta no seu artigo que substituir a cláusula de salvaguarda por uma solução distinta é “uma opção”.

Segundo o presidente do grupo parlamentar conservador, Graham Brady, que propôs essa emenda na Câmara dos Comuns, tudo estaria em conformidade se a cláusula de salvaguarda tivesse uma limitação temporal ou um mecanismo de saída unilateral.

O vice-primeiro ministro irlandês, Simon Coveney, insistiu que a UE não irá renegociar o tratado de saída e não aceitará um acordo que não incorpore a cláusula de segurança para a Irlanda do Norte. “A cláusula de salvaguarda é necessária para nós. Não se trata de comércio ou de economia, mas de pessoas e da paz”, escreveu Coveney no Sunday Times.

O mecanismo de salvaguarda assegura que não será erguida uma fronteira entre as duas Irlandas enquanto Londres e Bruxelas não alcancem um novo acordo de comércio bilateral, o que todavia poderá demorar anos.

A ausência de controlo entre a República da Irlanda e a região britânica da Irlanda do Norte é uma das condições que especifica o tratado que levou a paz à região em 1998.

Os conservadores mais eurocéticos criticam, contudo, que esses planos deixarão o Reino Unido integrado nas estruturas da UE até que se firme um novo tratado comercial, o que dificultará que o país estabeleça novos pactos comerciais com países terceiros.

Essa recusa levou a que uma ampla maioria do parlamento britânico tenha chumbado no passado dia 15 o acordo do Brexit.

ZAP // Lusa

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