Uma equipa de cientistas identificou 15 espécies na área proibida de Chernobyl, que assim ficou rotulada após o acidente nuclear de 1986, dando novas e mais fortes evidências de que a vida selvagem está a proliferar em abundância na área.
Recorrendo a câmaras que utilizavam vísceras de peixes como iscas, uma equipa de investigadores da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, descobriu dez espécies de mamíferos e cinco espécies de aves.
“Estes animais foram fotografados durante a recolha de carcaças de peixes localizados na costa dos rios e canais da CEZ (Zona de Exclusão)”, disse James Beasley, professor de Ecologia e um dos autores do estudo.
“Tínhamos encontrado evidências de uma diversidade de vida selvagem na CEZ através da nossa investigação anterior, mas esta é a primeira vez que vemos águias de cauda branca, martas e lontras através das nossas câmaras”, explicou.
Beasley refere-se a outro estudo de 2015, no qual os cientistas forneceram a primeira evidência de que a vida selvagem – que incluía lobos cinzentos – existe em abundância nesta zona ecológica proibida que tem cerca de 1500 quilómetros quadrados que os humanos abandonaram após o acidente nuclear de 1986.
Os novos resultados, publicados na revista Food Webs, sugere que os recursos de nutrientes podem fluir para as paisagens e ficar disponíveis para animais selvagens terrestres e semi-aquáticos, como é o caso das lontras e martas.
Em comunicado, o autor principal do estudo, Peter Schlichting, explicou que a atividade de recolha de lixo pode conectar várias redes alimentares, mas os cientistas não sabem totalmente como é que isto acontece.
Para a nova investigação, entranhas de peixes foram coladas nas margens dos rio de Pripyat e em canais de irrigação próximos, imitando a atividade natural que ocorrem quando as correntes transportam carcaças de peixes mortos para a costa.
De acordo com os cientistas, 98% das vísceras foram consumidas durante uma semana por uma multidão de animais selvagens.
“Esta é uma taxa de recolha alta e, desde que todos os nossos foram consumidos por espécies terrestres ou semi-aquáticas, verifica-se que o movimento de recursos nutricionais entre os ecossistemas aquáticos e terrestres ocorre com mais frequência do que é frequentemente reconhecido”, explicou Beasley.
“Tendemos a pensar que os peixes e outros animais aquáticos permanecem no ecossistema aquático, o que mostra que, se uma proporção razoável de peixes mortos chega à costa, há um grupo inteiro de espécies terrestres e semi-aquáticas que transferem esses mesmos nutrientes aquáticospara a paisagem terrestre”, concluiu.
Esqueceram-se de plantar placas com aviso de zona interdita aos animais e assim estes ignoram o que os espera!
São animais turistas, não sabem russo….
Seria interessante descobrir os efeitos da radioactividade nos animais. Será que esses efeitos são menos prejudiciais do que a presença do homem?
Ainda tem dúvidas amigo Gonçalves??? Eu não. É só olhar a pegada humana neste último século. Destrói tudo por onde passa. Mas tenho esperança nos jovens de hoje de consciência mais ampla. E, no lugar que a Mulher vem, a pouco e pouco, re- conquistando.