Um equipa de cientistas estudou 1.600 buracos negros supermassivos para medir a rapidez de expansão do Universo. A investigação aponta que o Universo “cresce” a uma velocidade mais rápida do que se pensava até então. Segundo os cientistas, pode ser necessária uma “nova Física” para explicar o fenómeno.
A expansão do Universo, medida com a constante de Hubble, é um fenómeno bem conhecido e debatido pela comunidade científica. No entanto, os investigadores não têm dados unificados sobre a velocidade deste crescimento que se acredita estar a acontecer desde o Big Bang.
Agora, numa nova investigação esta segunda-feira publicada na revista especializada Nature Astronomy, uma equipa internacional de cientistas – que contou com a colaboração de especialista da Universidade de Durham, no Reino Unido e da Universidade de Florença, na Itália, analisou dados de 1.600 buracos negros e a distância a que se afastam.
A equipa debruçou-se sobre buracos negros localizados nos “corações” das suas galáxias distantes, usando-as como ponto de referência para medir a expansão do Universo.
“Os buracos negros são as fontes mais brilhantes e persistentes do Universo e permitem-nos medir a sua taxa de expansão nos primeiros tempos”, disse a professora Elisabeta Lusso, da Universidade de Durham, ao em declarações ao The Independent.
A pesquisa desenvolvida por Lusso e a sua equipa concluiu que, na verdade, o Universo está a expandir-se mais rápido do que se acreditava anteriormente. Em igual sentido, as conclusões da investigação sugerem que a expansão inicial do Universo é diferente daquela que é descrita pelo modelo padrão de Cosmologia, que estabeleceu a idade, a história e os conteúdos do Cosmos.
De acordo com a investigadora, a possível explicação para este crescimento poderia estar relacionada com a misteriosa força conhecida como energia escura, que se acreidta ocupar a maior parte do Universo (85%). “Podemos ter que explorar uma nova Física, por exemplo, reconsiderando as propriedades potenciais da energia escura”, sustentou.
Os colegas de Lusso admitem que poderia ser matéria escura, embora acreditem que é apenas uma opção entre várias outras que poderiam explicar os resultados. “Uma das possíveis soluções para a expansão do universo primordial poderia recorrer à energia escura na evolução, com uma densidade que aumenta com o passar do tempo”, explicou o astrofísico da Universidade de Florença Guido Risaliti.