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Maduro acusa Bolsonaro de ser um “Hitler dos tempos modernos”

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Cristian Hernandez / Lusa

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou esta segunda-feira que o seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, é um “Hitler dos tempos modernos” e condenou as iniciativas económicas que tomou desde a sua chegada à presidência do Brasil.

“Temos o Brasil nas mãos de um fascista (…). Bolsonaro é um Hitler dos tempos modernos. O que ele não tem é coragem ou decisão própria, é um fantoche de grupos e seitas”, disse Nicolás Maduro.

Apesar de ter criticado as “privatizações” de Bolsonaro, o Presidente da Venezuela salientou que são os brasileiros que têm de se preocupar com estas questões. “O povo brasileiro vai encarregar-se dele, vamos deixar o tema Bolsonaro para o belo povo brasileiro, que vai lutar e vai encarregar-se dele”, salientou.

Jair Bolsonaro, que assumiu a presidência brasileira no dia 1 de janeiro, acredita que a Venezuela vive numa “ditadura” e reiterou o seu total apoio à Assembleia Nacional (controlada pela oposição), “órgão constitucional eleito democraticamente”.

Já Maduro, que tomou posse para um segundo mandato na quinta-feira perante o Supremo Tribunal no meio de vozes críticas que não reconhecem a sua legitimidade, acusou o seu homólogo de receber ordens dos Estados Unidos da América, “para provocações militares no sul da Venezuela”, na fronteira dos dois países.

Maduro também criticou esta segunda-feira o Presidente colombiano, Ivan Duque — outro adversário político que o aponta como ilegítimo -, a quem chamou de “demónio e a personificação do mal”.

Aumento de 300% no salário mínimo

Também nesta segunda-feira Maduro, fixou o valor do “Petro” (criptomoeda venezuelana) em 36 mil bolívares soberanos e aumentou o salário mínimo dos venezuelanos em 300%. Com o aumento, o salário dos venezuelanos passou de 4.500 para 18 mil bolívares soberanos (de 4,5 para 18,18 euros) à taxa oficial.

“O salário mínimo estará em meio Petro (criptomoeda Venezuela), 18 mil bolívares soberanos para a classe trabalhadora da Venezuela”, precisou.

Nicolás Maduro falava na Assembleia Constituinte – composta unicamente por simpatizantes do seu Governo -, durante uma sessão em que apresentou as “memórias e contas” de 2018 e o “Plano da Pátria 2019 – 2015”, que contém o seu programa de Governo. “Começa o processo de adaptação automática de todas as tabelas salariais da administração pública do país”, frisou.

Nicolás Maduro explicou que decidiu começar o ano aumentado para 36 bolívares soberanos o valor do Petro, “para dinamizar a luta contra os fatores de guerra económica”.

Por outro lado, disse que o aumento do salário entrará em vigor a partir de terça-feira e que manterá o pagamento da diferença do aumento do salário às empresas privadas que o solicitem, tal como vinha fazendo desde agosto de 2018.

Na Venezuela, desde o segundo semestre de 2018 que o salário mínimo dos venezuelanos está ancorado ao Petro. Em paralelo ao aumento do salário, aumentam também as pensões dos venezuelanos.

Os venezuelanos queixam-se da alta inflação no país, que em 2018 foi de 1.698.488,2%, entre janeiro e dezembro de 2018. Segundo a imprensa local os organismos advertem que em 2019 a inflação rondará os 10.000.000%.

Vários organismos internacionais dão conta de que mais de 3 milhões de venezuelanos abandonaram o país, desde 2015, escapando da crise política, económica e social.

ZAP // Lusa

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