A sonda espacial New Horizons da NASA sobrevoou esta terça-feira o objeto mais distante alguma vez visto, informou o diretor científico da missão.
“Nunca antes uma nave espacial explorou um objeto tão distante”, afirmou Alan Stern, referindo-se ao Ultima Thule, um vestígio congelado da formação do sistema solar.
Através do Twitter, o administrador da agência espacial norte-americana Jim Bridenstine, deu também conta do feito, frisando que a sonda se converteu na nave que viajou até ao ponto mais distante até agora conhecido e que será a primeira a explorar diretamente um ejeto que data do nascimento do nosso Sistema Solar.
“Esta é a liderança na exploração espacial“, escreveu Bridenstine, numa mensagem de congratulação à equipa da New Horizons.
Também a NASA confirmou que a sonda espacial New Horizons sobrevoou o objeto mais distante de toda a história espacial.
O objeto, oficialmente designado como MU69 2014, foi apelidado de Ultima Thule, depois de uma convocatória pública para a sugestão e atribuição de nomes. A designação é uma frase do latim que significa um “lugar além do mundo conhecido“.
A órbita quase circular do objeto indica que a Ultima Thule se originou à distância atual que está do Sol, localizando-se a cerca de 6.430 mil milhões de quilómetros da Terra.
Os cientistas acreditam que o local de nascimento deste objeto será crucial para melhor entender como se formou o Sistema Solar por duas razões distintas: primeiro, porque significa que é uma amostra antiga desta parte distante do Sistema Solar e, em simultâneo, é importante porque as temperaturas registadas tão distantes do Sol são um pouco acima do zero absoluto – temperaturas de mumificação que preservam os objetos do Cinturão de Kuiper – são essencialmente cápsulas do tempo do passado antigo.
A Sonda espacial terá tirado cerca de 900 imagens durante os poucos segundos que sobrevoava o Ultima Thule a uma distância de cerca de 3.500 quilómetros.
Em julho de 2015, a New Horizons fez um voo histórico para além de Plutão e das suas luas, fornecendo dados que transformaram a visão destes mundos. Depois, a sonda seguiu para a Ultima Thule, a cerca de 1.600 milhões de quilómetros de Plutão.