A primeira Cybathlon, uma Olimpíada para atletas ciborgues, acontecerá na Suíça em outubro de 2016.
O evento terá uma corrida em que os concorrentes controlam um avatar através de um computador ligado ao cérebro, e corridas com atletas que usam próteses e exoesqueletos.
Sediada pelo Centro de Pesquisa de Competência Nacional na Suíça, espera-se que a competição aumente o interesse em tecnologias que intensificam a performance humana.
A corrida que utiliza um computador ligado ao cérebro através de um capacete foi desenvolvida para concorrentes tetraplégicos. A ideia é que o atleta controle um avatar que estará a competir numa corrida virtual.
Haverá também provas para atletas que usam próteses de braços e pernas, atletas com exoesqueletos, e uma corrida de cadeira de rodas motorizadas.
Os dispositivos auxiliares usados pelos atletas, que serão conhecidos como pilotos, podem estar já disponíveis comercialmente ou ser protótipos de laboratórios de pesquisa.
Haverá duas medalhas para cada competição, uma para o piloto e uma para a empresa que desenvolveu o dispositivo.
Membros biónicos e exoesqueletos estão a tornar-se mais desenvolvidos tecnicamente, oferecendo àqueles que os usam movimentos mais realistas.
Hugh Herr, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, mostrou na conferência Ted (Technology, Entertainment and Design) de Vancouver, na semana passada, algumas das próteses que a sua equipa tem estado a desenvolver.
Herr, um engenheiro, biofísico e alpinista americano, considerado pela revista Time o “Líder da Idade Biónica“, usa pernas artificiais biónicas desenvolvidas pela sua equipa. É, juntamente com a atleta amputada Aimee Mullins, um dos evangelistas da inovação prostética.
Hugh Herr está neste momento em negociações com profissionais de saúde, tentando tornar possível que membros biónicos estejam mais disponíveis para todos os que deles necessitem.
Muitas vezes, porém, há uma desconexão entre a tecnologia e os doentes, diz Robert Riener, da Universidade da Suíça, organizador da Cybathlon.
“Nós queremos incentivar o desenvolvimento de dispositivos tecnológicos auxiliaries que possam ser utilizados por pacientes no dia a dia”, disse à BBC.
“Algumas das tecnologias actuais parecem muito impressionantes, mas estão muito distantes de serem práticas e fáceis de usar”, acrescentou.
O outro objetivo dos jogos é permitir que pessoas que nunca tiveram oportunidade para competir o possam fazer.
“Nós permitimos o uso de tecnologias que foram excluídas das Paraolimpíadas. Ao tornar o evento publico, queremos nos livrar das barreiras entre pacientes, sociedade e a comunidade da tecnologia”, disse Riener.
ZAP / BBC