Um juiz canadiano ordenou, na terça-feira, a libertação, sob fiança de 6,5 milhões de euros, da diretora financeira do grupo chinês de telecomunicações Huawei.
Depois de três dias de audiências judiciais no tribunal de Vancouver, e em plena crise diplomática entre Pequim, Otava e Washington, o juiz canadiano aceitou o pedido de libertação de Meng Wanzhou, detida no Canadá no início de dezembro, a pedido dos EUA. A empresária saiu algumas horas depois, sob fortes medidas de segurança.
A diretora financeira da gigante chinesa das telecomunicações tinha apelado na segunda-feira para que fosse libertada sob fiança, alegando razões de saúde.
Esta mãe de quatro filhos, de 46 anos, terá de cumprir várias condições: pagar um depósito de 10 milhões de dólares – cerca de 6,5 milhões de euros -, entregar os dois passaportes, residir numa das duas propriedades que possui em Vancouver e usar uma pulseira eletrónica no tornozelo.
A empresária será monitorizada 24 horas por dia e não poderá sair de casa entre as 23h00 e as 06h00.
“O risco de que não se apresente em tribunal pode ser reduzido a um nível aceitável, impondo as condições de vigilância propostas pelos seus advogados”, disse o juiz, provocando aplausos dos apoiantes de Meng Wanzhou.
A primeira audiência de extradição será a 6 de fevereiro. Entretanto, os EUA deverão enviar à justiça canadiana a documentação completa relativa ao pedido de extradição.
Após a detenção de Meng Wanzhou, a China convocou, no domingo, o embaixador dos EUA em Pequim e pediu a Washington que abandone o pedido de extradição. Pequim já tinha convocado um dia antes o embaixador do Canadá.
A justiça norte-americana pede a extradição da diretora financeira, também vice-presidente da administração e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, por suspeita de ter violado sanções de Washington impostas ao Irão.
A diretora financeira é suspeita pela justiça norte-americana de ter mentido a vários bancos sobre uma subsidiária da Huawei com o objetivo de obter acesso ao mercado iraniano entre 2009 e 2014, violando as sanções dos EUA.
ZAP // Lusa