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Depois de multada por assédio moral, corticeira despede trabalhadora castigada

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Corticeira foi condenada na passada segunda-feira a pagar 31.000 euros à trabalhadora. A funcionária voltou ao trabalho, e dois dias depois ter-lhe-á sido comunicado que passou a estar “suspensa”.

A corticeira de Santa Maria da Feira, que foi multada em 31.000 euros pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) por assédio moral a uma trabalhadora reintegrada judicialmente, suspendeu a funcionária com vista ao seu despedimento, denuncia o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte (SOCN).

Esta medida surge depois de o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte ter revelado que a empresa Fernando Couto Cortiças S.A fora autuada em 31.000 euros na sequência de uma de várias inspeções relativas à situação de Cristina Marques.

De acordo com essa estrutura sindical, a funcionária está desde setembro a ser “castigada” com “trabalho improdutivo”, “humilhante” e sob “tortura psicológica” depois de o tribunal obrigar a empresa a reintegrá-la nos quadros.

Agora, o sindicato adianta que, “nesse mesmo dia, a operária voltou ao seu habitual ‘castigo’ – carregar e descarregar os mesmos sacos de rolhas na mesma palete, durante nove horas – e, não satisfeita, a entidade patronal comunicou hoje [quarta-feira] à trabalhadora que a mesma se encontra suspensa preventivamente para a organização de processo disciplinar tendente ao seu despedimento com justa causa”.

Isto significa, segundo o sindicato, que do inicial “despedimento por extinção de posto de trabalho – que o tribunal julgou ilícito – passou-se agora a um despedimento com justa causa por via disciplinar”.

A Lusa tentou entrar em contacto com a administração da corticeira, que remeteu os esclarecimentos para o advogado Nuno Cáceres, que assumiu esta quarta-feira a responsabilidade pelo processo.

Segundo Nuno Cáceres, a suspensão de Cristina Marques visa permitir “a condução de um inquérito sobre uma série de factos fabricados que ela tem vindo a propalar publicamente”. O advogado acrescenta ainda que a trabalhadora “continuará a ser remunerada enquanto suspensa”.

O advogado espera que “sejam desmontadas uma série de mentiras que a funcionária tem andado a disseminar e que vêm prejudicando o ambiente de trabalho e a reputação da empresa – que até aqui, é certo, não tem sabido defender-se e agora decidiu que é tempo de adotar outra postura, até para poder recorrer devidamente da coima da ACT”.

ZAP // Lusa

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12 Comments

  1. Infelizmente, passei por uma situação dessas e calculo o sofrimento desta senhora.
    Tem aqui o link que retrata várias situações, incluindo o meu caso…

    http://www.dnoticias.pt/madeira/assedio-moral-no-trabalho-motiva-queixas-AK3914121

    Da minha sincera opinião sobre, do acho um crime, em todos os capítulos; Violência Familiar, Doméstica, Assédio Moral/Sexual, Bullying, Violência Emocional, Violência Social, Violência Física, Abusos Sexuais, Violência Financeira, a Chantajem qualquer que seja, A perseguição, Negligência e Abandono, Violência de Género, Violência Psicológica, Raças, Credos …
    Enfim um mar, que infelizmente diria quase infinito…

  2. Acham que a empregada é boa rolha? se fosse os colegas não a marginalizavam porque sabem o que ela é.
    Conheci um que ía para a casa de banho dormir, após fumar um charro ou sinifar coca e como ele outros mais.
    Também é verdade que há empresas que abusam e uma delas é um Banco espanhol que já foi português, em que ameaça e humilha os funcionários que querem despedir…aqui o Costa assobia para o lado e ele sabe que o fazem.

  3. Um empregado é um ser humano a quem se deve respeito , para que ele nos respeite.
    Perguntem lá aos srs. Couto se fosse às suas mulheres ou filhas se gostariam que as tratassem da mesma maneira.
    Ainda não vi fundamentar uma causa para a perseguirem.
    Oh Couto, olhe que patrões acabaram. Hoje há empregadores e empregados.
    Tive durante a minha vida cargos superiores entre colegas e durante 45 anos empregados técnicos e administrativos, perante quem sempre me impus por respeito e bom trato.
    Só sendo melhor que o outro , podemos esperar reciprocidade.
    Uma empresa tem um fim social. São pessoas e não coisas. E saibam srs Couto que para se ser grande , tem de se saber ser humilde.
    Quem lho diz tem 87 anos , não é de esquerda, mas por ser de direita, é pelo direito , não só legal
    mas moral.

  4. Os administradores desta empresas devem ser uns energumenos da pior especie, mas o mais grave é estar a dar um baile e a brincar com à justiça Portuguesa, esta por sua vez deve ser implacavel e fazer aplicar de imediato a multa a ser recebida pela trabalhadora. Este geberos de energumenos a dirigirem empresas nao me surpreende o nosso empresariado é de muito baixa qualidade, e estes nem deviam ser chamados de empresarios, mas de canalhas que têm uma empresa. Ao mesno a trabalhadora vai para casa suspensa com dinheiro nos bolsos, e assim a mesma pode descansar das sacanices e abusos dos patroes. Receber sem trabalhar neste caso até é bom.

  5. o trabalhador Português quando emigra e normalmente elogiado pelos seus empregadores alem fronteiras.
    o mesmo nao acontece com os “gestores”.
    por onde deveriamos iniciar as buscas para responder á pergunta: os Portugueses têm baixa produtividade ?

  6. Seria interessante analisar porque situações destas ocorrem sistematicamente em todo o país. Não seria melhor para a empresa (e trabalhador também) despedir o funcionário com a respectiva indemnização?

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