O Governo vai “fazer tudo” para reunir os cinco filhos de um casal de emigrantes portugueses, retirados pela justiça britânica por suspeita de maus tratos, disse hoje o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário.
O casal de emigrantes – Carla e José Pedro, residentes em Grantham, Inglaterra – reuniram-se na terça-feira com o adido social da embaixada portuguesa em Londres, uma advogada e uma ativista de uma organização não-governamental que tem apoiado o casal na campanha para reaver os cinco filhos, que lhe foram retirados pelas autoridades há cerca de um ano.
Desse encontro, “resultou uma concordância muito grande quanto à necessidade de se fazerem todos os esforços possíveis para manter as crianças juntas”, afirmou hoje aos jornalistas José Cesário.
Atualmente, as crianças estão separadas: o rapaz de 14 anos está com uma família de acolhimento, a filha de 13 anos está com outra família, juntamente com os irmãos de três e cinco anos e, finalmente, a rapariga de sete anos está com outra família de acolhimento. Os dois mais novos deverão ser colocados para adoção, segundo ordem do Tribunal de Família.
“É a esse nível que vamos concentrar os nossos esforços”, disse o governante, que adiantou que o Governo vai continuar a “analisar com detalhe todo o processo sob o ponto de vista jurídico”, recordando que as leis inglesas não são iguais às portuguesas.
No final da reunião, Carla Pedro manifestou-se otimista, após receber o apoio da diplomacia portuguesa.
Com a ajuda de uma advogada portuguesa, que não quis ser identificada, Carla e José Pedro tencionam agora avançar com uma “revisão judicial” para o Supremo Tribunal de Justiça [High Court], apesar de ser um processo que poderá demorar vários meses.
Entretanto, Carla Pedro afirmou a intenção de provar a inocência da suspeita de conspiração para raptar os filhos, razão invocada pela polícia de Grantham, localidade onde residem, para os prender, juntamente com outras duas pessoas, na passada sexta-feira.
O casal foi libertado sob caução enquanto as autoridades prosseguem as investigações, devendo apresentar-se novamente à polícia a 21 de maio.
/Lusa