O sul-coreano Kim Jong-yang foi esta quarta-feira eleito presidente da Interpol para terminar o mandato iniciado pelo chinês Meng Hongwei, investigado por suspeitas de corrupção, anunciou a maior organização policial do mundo.
Kim Jong-yang era já presidente interino da organização aquando da “demissão repentina” do antigo presidente Meng Hongwei, acusado de corrupção por Pequim. Outro forte candidato era o russo Russo Alexander Prokopchuk.
A demissão do chinês Meng Hongwei, anunciada a 7 de outubro, foi tornada pública 11 dias depois da mulher ter alertado para o seu desaparecimento, durante uma viagem à China.
No dia a seguir à demissão, comunicada por correio à organização, o Ministério da Segurança Pública da China anunciou que Meng teria “recebido subornos e era suspeito de ter violado a lei”, sem adiantar mais. A Interpol instou a China a “dar mais detalhes e informações sobre o que teria exatamente ocorrido”.
Questionado recentemente sobre as informações recebidas de Pequim, o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, disse saber apenas que Meng está na China e que os factos de corrupção avançados não estão relacionados com as suas atividades na Interpol.
Sobre a demissão assinada por Meng, o responsável da Interpol indicou não ter “razões para suspeitar de uma coisa forçada”.
Vice-ministro da Segurança Pública no momento em que assumiu a chefia da Interpol, em 2016, Meng teve a sua ascensão nesta área quando a mesma era dirigida por um rival do Presidente chinês, Xi Jinping, estando esse adversário atualmente na prisão.
O cargo de presidente da Interpol é “essencialmente honorífico“, lembrou há dias o secretário-geral da mesma organização, Jürgen Stock, citado pelo Diário de Notícias.
A Interpol é uma organização que junta as forças policiais de 194 países que partilham as suas informações e trabalham em conjunto na aplicação de mandados judiciais internacionais. A organização policial não tem os seus próprios agentes e todas as investigações e mandados de detenção são emitidos pelas polícias nacionais de um determinado Estado-membro. A Interpol pode, no entanto, emitir alertas vermelhos, que funcionam como mandados de captura internacionais.
ZAP // Lusa