Uma equipa de arqueólogos descobriu o esqueleto de uma mulher grávida que terá vivido entre 1750 e 1550 a.C na região de Kom Ombo, no sul do Egito.
De acordo com o Ministério das Antiguidades do Egito, que anunciou a descoberta nesta quinta-feira através da sua página no Facebook, os especialistas encontraram também contas feitas a partir de cascas de ovos de avestruz, bem como cerâmicas e potes datados de há cerca de 3.500 anos.
Exames preliminares realizados na pélvis da mulher – que teria, segundos os arqueólogos, 25 anos – sugerem que a grávida terá sofrido uma fratura que, por ser mal curada, acabou por ditar a sua morte. A posição do feto no seu corpo indica ainda que a mulher estaria no fim da gestação.
Segundo Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, o esqueleto foi encontrado num cemitério na área da necrópole, local habitualmente utilizados pelos nómadas que viajavam pelos desertos a sul do Egito. Estima-se que o sepultamento tenha ocorrido entre 1750 e 1550 a.C.
A descoberta é fruto da expedição arqueológica levada a cabo por uma equipa de arqueólogos italianos e americanos que estudam a área de Kom Ombo, localizado a cerca de 50 quilómetros a norte da cidade de Aswan, a leste do rio Nilo.
Esta antiga cidade agrícola é conhecida pelo seu tempo “duplo”, onde foram construídos dois conjuntos de cómodos em homenagem a dois deuses.
Quanto aos artefactos encontrados no interior do túmulo, os cientistas explicaram que eram semelhantes aos vasos de Núbia – região que se estendida desde de o sul de Aswan até ao meio da atual região do Sudão.
As várias contas feitas a partir de cascas de ovo de avestruz sugere também que a mulher se dedicava à produção de jóias, explicaram os arqueólogos.
Entre 1650 a 1550 a.C, o Egito viveu o Segundo Período Intermediário, época em que o país se tornou num estado desorganizado. Acredita-se que durante este período várias pessoas de países estrangeiros – conhecidos como hicsos – tenham entrado no Egito, podendo mesmo ter chegado a conquistar alguns territórios e a introduzir inovações como o cavalo e a carruagem de guerra.
O Novo Reino do Egito surgiu em meados de 1550 a.C. Este é, habitualmente, considerado o período mais prósperos da história antiga do Egito.
O Egito tem apostado nas descobertas arqueológicas com o objetivo de estimular o turismo no país, que foi fortemente afetado pela turbulência política após a revolta de 2011.
No início, de setembro, os investigadores encontraram uma esfinge que, provavelmente, data da época da dinastia ptolemaica, que governou o Egito entre 305 a.C e 30 a.C.
No verão deste ano, os arqueólogos encontraram ainda um misterioso sarcófago negro no Egito. Alguns especialistas acreditavam que pudesse conter os restos mortais de Alexandre, o Grande – mas, na verdade, as suspeitas não se confirmaram. O túmulo guardava os esqueletos de três pessoas que viveram também durante a época ptolomaica.