A morte do voto útil, Marisa Matias cabeça de lista às europeias e o caso Robles. Discurso de Catarina Martins marca o arranque da XI Convenção Nacional do Bloco de Esquerda.
Na intervenção que marcou o arranque da XI Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, a coordenadora do partido reforçou a importância do mesmo na atual legislatura, defendendo que “a política mudou porque o PS não teve maioria absoluta e porque cresceu a força da esquerda”.
“Agora, o primeiro-ministro congratula-se com o aumento do salário mínimo e felicita-se com o descongelamento e aumentos extraordinários das pensões. Ainda bem. Ainda bem que houve força à esquerda para contrariar as medidas do Programa do PS que pretendiam precisamente o contrário”, disse Catarina Martins.
A líder do Bloco defendeu ainda que uma eventual maioria absoluta do PS nas próximas eleições legislativas representará um retrocesso para o país.
Antes de apontar o dedo ao PS, a bloquista anunciou a “morte” do voto útil e lembrou a direita que o partido não esquece o que foi feito em anos anteriores, dando como exemplo medidas aprovadas por Assunção Cristas enquanto ministra da Agricultura ou Maria Luís Albuquerque enquanto Ministra das Finanças do governo de Passos Coelho.
“Eles andam todos por aí e é bom que saibam que não nos esquecemos do que fizeram”, sublinhou Catarina Martins.
Olhando para o futuro, anuncia: “aquele voto com medo da direita e que preferia uma solução má a uma solução péssima, este voto útil morreu. Paz à sua alma“, disse, acrescentando que os acordos recentes provaram que “a histórica inclinação do PS para se entender à direita” não era resultado de uma indisponibilidade da esquerda.
Assim, Catarina Martins exige mais do atual governo, nomeadamente ao nível da legislação laboral ou da aprovação da lei de bases da saúde.
Caso Robles
Catarina Martins não passou ao lado do Caso Robles, que levou à demissão do vereador de Lisboa. A coordenadora do partido disse que BE aprendeu muito com os seus erros, mas salientou que nem por isso o partido deixou de se bater contra a especulação imobiliária – uma luta que, garante, vai continuar.
“O Bloco mudou porque cresceu. Cresceu com os novos militantes que, em todo o país, chegaram ao Bloco durante estes anos, trazendo novas perspetivas, novos combates, novas energias para pensar e mexer o Bloco”, observou.
Dando as boas vindas aqueles que são delegados à Convenção pela primeira vez, a líder do BE adiantou que estes vão encontrar “força, amizade, camaradagem e esforço”, mas “também vão encontrar erros”. “Recentemente, a decisão de um nosso vereador da venda de um prédio da família, em Lisboa, levou à sua demissão, mas ficam a saber como é que no Bloco corrigimos os erros: o Bloco não abriu parêntesis nem mudou de assunto”, admitiu, referindo-se à polémica que envolveu Ricardo Robles.
Catarina Martins lembrou que “ninguém viu este Bloco calado, nem por um dia, sobre o problema da habitação nas grandes cidades”.
“E se há uma coisa de que podem ter a certeza, é que reforçaremos a luta contra a especulação, contra os fundos imobiliários, pela construção de habitação social, pela limitação da habitação turística de curto prazo, pelo acesso a aluguer de longa duração, pela defesa dos idosos, e de todos quantos são ameaçados de despejo pela lei Cristas, e pela instalação de jovens na cidade”, elencou.
Marisa Matias como cabeça de lista às europeias
Na sua intervenção, Catarina Martins confirmou ainda a eurodeputada Marisa Matias como cabeça de lista do Bloco às eleições europeias do próximo ano.
“A proposta que farei à próxima Mesa Nacional, se assim for o sentido da decisão desta Convenção, é esta: que seja a Marisa Matias a nossa primeira voz nas eleições europeias de maio de 2019″, anunciou, perante uma longa ovação, de pé, dos delegados.
Responder “à altura das responsabilidades que o Bloco tem hoje”, na opinião da líder bloquista, “não exige menos” do que “ter a melhor candidata no Parlamento Europeu”, sendo Marisa Matias não só “a melhor candidata que o Bloco pode ter, mas a melhor candidata que o país pode ter”.
As eleições europeias de 2019 estão marcadas, em Portugal, para dia 26 de maio do próximo ano.
// Lusa
A queda do Robles, relativamente À IMORALIDADE DO ESTATUTO DOS DEPUTADOS, é uma gota no meio do oceano.
Uma franja considerável dos portugueses vira, com a chegada do BE, abrir-se uma janela de esperança no sentido de que, POR VIA DA SUA CONDUTA IRREPREENSÍVEL, o Bloco fosse o partido dos partidos.
Custa ver que ACERTOU O PASSO COM OS DEMAIS; regalias inexplicáveis e em demasia, no Parlamento, CORROMPEM.
SERIA BOM TER UM PARTIDO QUE PRATICASSE A DIFERENÇA…