O Presidente da Repúblico veio, novamente, tentar colocar um ponto final sobre o grau do seu alegado conhecimento sobre o encobrimento em Tancos. Marcelo Rebelo de Sousa vincou não ter sido previamente informado sobre a operação, garantindo nunca ter falado a sós com responsáveis da Polícia Judiciária Militar.
“Nenhum membro da Casa Civil ou da Casa Militar falou ou escreveu ao Presidente da República sobre a operação da descoberta das armas de Tancos, antes de ela ter ocorrido. Nem tão pouco falou ou escreveu sobre a operação, depois de vinda a público (…)”, esclareceu o Presidente numa nota publicada no site da Presidência da República.
“O Presidente da República nunca recebeu o Diretor da Polícia Judiciária Militar ou qualquer elemento dessa instituição”, frisa ainda Marcelo Rebelo de Sousa.
O esclarecimento, com quatro pontos explicativos, acrescenta ainda que o “Presidente percorreu, com as entidades presentes (…) a área em causa e teve uma reunião com todos os responsáveis” e “não teve qualquer reunião bilateral com nenhum deles”. “Não existe registo de qualquer estafeta da Presidência da República a entregar ou receber documentação da ou na Polícia Judiciária Militar”, lê-se ainda.
Com a nota, Marcelo pretende esclarecer matéria objeto do programa da RTP Sexta às 9, do passado dia 02 de novembro. Na peça em causa, dá conta que a Presidência da República teria sido informada da investigação PJM ao furto de Tancos.
De acordo com a peça, o então diretor da PJM fez vários contactos com o ex-chefe da Casa Militar da Presidência, general João Cordeiro, antes e depois da recuperação das armas.
Alegada tensão entre Belém e São Bento
Tal como nota o jornal Público, toda esta situação sobre o que alegadamente sabe o não o Presidente da República pode estar a gerar alguma tensão entre Marcelo e António Costa. Exemplo disso mesmo, aponta o diário, é que o primeiro-ministro nega os “atritos” com Marcelo, mas o Presidente não responde quando questionado sobre um suposto mal estar entre ambos.
Desde de que a peça da RTP foi ao ar, o Presidente têm-se mostrado algo indignado sobre o que foi dito. Já na passada sexta-feira, Marcelo falava numa “nublosa” que estava a ser criada em torno do caso, indo ainda mais longe afirmando, de forma, perentória: “Se pensam que me calam, não calam” – afirmação que foi vista com um “recado” ao atual Governo, aponta o jornal Observador.
Também Luís Marques Mendes, no seu espaço habitual de comentário na SIC, considerou que a mensagem de Marcelo era dirigida ao Executivo liderado por António Costa. Para o antigo líder do PSD, “direta ou indiretamente, o Governo ajudou à festa, ou seja, ajudou a tentar envolver a Presidência”, considerou.
Já no sábado, durante a parada militar, Marcelo voltou a vincar a sua posição: “Não toleraremos que se repita o uso das forças armadas, ao serviço de interesses pessoais ou de grupo, de jogos de poder”.
António Costa, por sua vez, também notou – quase em jeito de resposta – que Marcelo está mais ansioso que o Governo com o caso de Tancos desmentindo, contudo, qualquer atrito entre Belém e São Bento.
“O senhor Presidente da República, aliás, não se tem cansado em expressar publicamente a sua ansiedade e o Governo, naturalmente, deve ser mais contido em expressar a sua ansiedade, mas [esta] não é menor”.
Relativamente a um alegado desentendimento, Costa falou em “teorias conspirativas bastante absurdas”, já que os ambos têm “tido uma posição absolutamente convergente desde o primeiro dia” sobre Tancos.
“Até ver”, Rio rejeita qualquer envolvimento do PR
O presidente do PSD afirmou esta segunda-feira que, “até ver”, rejeita qualquer envolvimento do Presidente da República, no caso do encobrimento em Tancos.
“Até ver, eu não coloco isso no patamar do Presidente da República”, salientou Rui Rio, em declarações aos jornalistas, no Porto. Para o líder social-democrata, “estar agora todos os dias com mais uma coisa, menos outra coisa, umas serão verdade, outras não serão verdade, tudo isto desgasta e desprestigia muito”.
“E, portanto, a minha opinião é que, para o país, se nós pudermos andar com isto rápido, é fundamental”, defendeu ainda.
ZAP // Lusa
…lol…lol… afinal todos sabiam de Tancos !!! lol…lol… este País não existe…
Que este país seja uma anedota… é de domínio público…..
Mas afinal o que é que se passou em TANCOS? Alguém sabe explicar?
Só se fala na devolução das armas, mas como foram roubadas, se é que o foram, quem as roubou, e em que data e de que forma , ninguém está preocupado.
Porque será?
Essa é que é a pergunta!
À qual eu gostaria de ter resposta, mas que ninguém está interessado em dá-la
No limite até pode não ter havido roubo!
Plenamente de acordo
Quem cala consente. Mas quem ñ se cala é sinónimo de razão?… Os Castrenses, ñ se deixam embalar por filosofias ambíguas. Este caso faz lembrar aquele dito popular: Quanto mais se mexe na dita, mais ela cheira mal.
Cuidado! As comadres estão-se a zangar.
Acha que se vão descobrir as verdades??
As F Armadas estão a lançar uma cortina de fumo sobre o Governo e o P da República para tentarem escapar às suas cada vez mais evidentes responsabilidades no roubo e no encobrimento.
Uma vergonha
Se a comunicação social pretende efectivamente ganhar credibilidade e promover uma luta eficaz contra as notícias falsas nas redes sociais tem que começar por dar o exemplo e coibir-se deste tipo de “notícias”… uma notícia não é opinião nem uma especulação… uma noticia é o relato de um ou mais factos para que o leitor aprecie e possa sustentar uma opinião própria… não se combatem as redes sociais procedendo da mesma forma que elas… tentando ensinar às pessoas o que devem pensar em vez de lhes permitir formular livremente a sua apreciação, transformando o jornalismo numa correia de transmissão partidária e especulando para criar “factos” políticos artificiais… ou como diriam conhecidos jornalistas devem deixar que os factos se sobreponham e estraguem as “boas notícias”… se não existir diferença entre os meios de comunicação social e as redes sociais quem é que pensam que as pessoas vão escolher? e porque é que as pessoas devem pagar para ler “notícias” especulativas e sem credibilidade?
Caro leitor,
O ZAP, por enquanto, não faz opinião. Faz notícias, e, ocasionalmente, análise. Qualquer um destes três tipos de conteúdo é totalmente adequado a qualquer órgão de comunicação social.
No caso concreto deste texto, não há qualquer especulação. O texto relata factos, e relata declarações – que foram factualmente proferidas. E assume que de uns e de outras se torna factual – para qualquer leitor descomprometido de qualquer enviesamento – que há “tensão entre X e Y”. É um facto. Tentar descredibilizar quem o diz, descredibiliza quem o faz.
O problema das notícias falsas não é apenas elas existirem, nem sequer o de os leitores não saberem distingui-las – é, muito pior do que isso, saberem fazê-lo, mas a propósito delas, generalizá-las a qualquer texto cujo conteúdo lhes desagrade.
E esse é um fenómeno que o ZAP rejeita – quase com tanta veemência com que rejeita notícias falsas e seus autores.
E agora?!
ZAP, 6 Novembro:
Tancos faz subir tensão entre Marcelo e Costa
“Alegada tensão entre Belém e São Bento”
.
ZAP, 7 Novembro:
Marcelo nega divergências com Costa.
“O Presidente da República negou esta terça-feira divergências com o Governo em relação a Tancos…”
.
Em que ficamos?!
Acreditamos numa “noticia”
cuja “fonte” é a opinião/especulação ou na noticia que reproduz as palavras do PR?!
Caro Eu!,
Como muito bem deve saber, o ZAP dá as notícias e os seus contraditórios.
Compete-lhe a si decidir se acredita numas ou nos outros.
Entretanto, vamos desde já dispensar uma análise cuidada aos comentários com que habitualmente enriquece este espaço, para tentar perceber qual é a credibilidade que dá habitualmente às declarações dos políticos. Está de acordo? 🙂
Eu não chamaria notícia à especulação/opinião de um qualquer “comentador”…
A credibilidade das “declarações dos políticos” depende do político (infelizmente, a credibilidade dos jornalistas também já viu melhores dias!); mas, pelo menos, sei que é esse político que está a dizer algo (independente de ser verdade ou não) – algo que não acontece com “noticias”/especulações assentes no “alegadamente”, onde há opacidade do “pode ser, pode não ser”!…
Caro Eu!,
Nesta notícia, em concreto, não há nenhum alegadamente.
Há uma série de declarações factuais de políticos, que são transcritas como tal, e que traduzem objectivamente uma situação de tensão entre os intervenientes.
Só um enorme enviesamento na leitura dos factos e declarações #citadas# pode explicar que alguém entenda que esta notícia é especulativa e que a objectiva tensão não o é.
Damos este assunto por encerrado.