A procura por sinais de vida alienígena deve fazer parte de todas as missões futuras da NASA. A organização deve expandir o seu leque sobre possíveis sinais extraterrestres, de forma a conseguir identificá-los, aponta um novo estudo.
Assinado por 17 cientistas, o relatório foi patrocinado pela agência espacial norte-americana e desenvolvido pelas Academias Nacionais de Ciência, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos, tendo sido apresentado no passado dia 10 de outubro.
A publicação sublinha a importância da astrobiologia – a Ciência que estuda a origem, evolução, distribuição e o futuro da vida na Terra e em todo o Universo. De acordo com o signatários do estudo, todas as missões futuras da NASA deve ter em conta a astrobiologia em todo o processo, desde de a “conceção e conceptualização até ao planeamento e ao desenvolvimento” das próprias operações.
Nos últimos anos, tal como nota o Live Science, os astrofísicos têm detetado milhares de planetas potencialmente habitáveis para lá do Sistema Solar. Além disso, os biólogos têm também descoberto novas pistas sobre a complexidade e a diversidade da vida na Terra.
Por tudo isto, e tendo em conta que estas descobertas poderão ser aplicadas noutros mundos distantes do nosso, os cientistas defendem que todas as missões devem incorporar traços de organismos alienígenas.
A nossa visão do Universo está agora mais repleta de planetas do que nunca. Os 2300 exoplanetas descobertos e confirmados pela missão Kepler levaram os cientistas a acreditar que pelo menos seis de cada dez estrelas poderiam orbitar planetas semelhantes à Terra, considerou Alan Boss, um dos astrónomos participantes no estudo.
O enorme número de exoplanetas recém-descobertos oferece novas e interessantes oportunidades para encontrar bioassinaturas (traços ou marcadores químicos que indiciam sinais de vida), notou Boss – e é exatamente isso que os cientistas devem procurar.
Astrobiologia, uma Ciência pluridisciplinar
Os cientistas sublinharam no relatório a pluralidade da Astrobiologia, área de estudo que abrange várias outras, como a Física, Química, Biologia, Astronomia e Ciência Planetária. Estas áreas, de forma individual e, ao mesmo tempo, partilhada, podem ajudar a resolver o enigma de como é que a vida pode emergir e evoluir noutros mundos diferentes da Terra.
Os avanços recentes, especialmente nos últimos três anos, exigem uma nova estratégia, que fortaleça o papel da Astrobiologia nas missões da NASA, nota a publicação.
Os especialistas recomendam ainda que a NASA acelere no desenvolvimento de novas tecnologias para detetar organismos microscópicos, notando a falta de um único “instrumento pronto a voar“, que seja capaz de viajar para um mundo distante, medindo e detetando os seus elementos, minerais e matéria orgânica.
O relatório sugere ainda que os sistemas de imagem direta que suprimem a luz das estrelas devem ser usados fora do nosso Sistema Solar, de forma a melhorar a identificação de bioassinaturas oriundas de planetas que orbitam estas estrelas – estes ambientes com luz suprimida seria mais amigáveis para os extraterrestres-
Além disso, acrescentam, a NASA deve ainda apostar em missões sob a superfície dos exoplanetas – sejam estes mundos rochosos, gelados ou oceânicos – para encontrar vida alienígena subterrânea.
Sinteticamente, os cientistas reiteram que é necessário refinar a procura e os métodos utilizados para encontrar os nossos vizinhos extraterrestres – estejam estes no nosso Sistema Solar ou a anos-luz de distância. É imperativo procurar mais e melhor.
ZAP // Science Alert / Cosmos