Em 2014 nascia uma nova empresa que prometia analisar cerca de 30 doenças com apenas uma gota de sangue. Passados quatro anos e após um dos maiores escândalos empresariais de sempre, nada resta da empresa que chegou a valer 8,5 mil milhões de euros.
Chegou ao fim uma das histórias mais negras no mundo das startups. A empresa de análise de sangue Theranos vai fechar as portas, segundo e-mail enviado aos acionistas, a que o Wall Street Journal teve acesso.
Na carta lê-se que a empresa pretende entregar os seus ativos, para além da propriedade intelectual, a terceiros para confiança dos credores. Na carta ainda se lê que a empresa tem cerca de 5 milhões restantes em dinheiro. “Como o dinheiro da empresa não é suficiente para pagar a todos os credores por inteiro, não haverá distribuição de rendimentos aos acionistas”.
Há cinco meses atrás, a empresa reduziu os 125 trabalhadores a cerca de 20 pessoas que só receberão os ordenados contabilizados até 31 de agosto.
Agora num processo de dissolvência, a empresa chegou a estar avaliada em 9 mil milhões de dólares (8,5 mil milhões de euros). A sua fundadora, Elizabeth Holmes, uma das mulheres mais jovens de sempre a entrar na lista das 400 pessoas mais ricas dos Estados Unidos em 2014, foi considerada a nova Steve Jobs. Afinal, era uma “fraude”.
Aos 19 anos, Elizabeth Holmes desistiu do curso de engenharia química e começou a criar o seu negócio que, onze anos mais tarde, faria crescer a sua fortuna pessoal avaliada em 3,5 mil milhões de euros.
Uma das razões para o crescimento rápido da Theranos eram os discursos da própria fundadora, que conseguia ludibriar vários investidores fazendo-os acreditar que a tecnologia desenvolvida pela empresa era revolucionária.
Depois de uma investigação em 2016 do Wall Street Journal ter revelado que os testes realizados na empresa eram mais inconsistentes que os tradicionais, a empresa foi classificada como “imprecisa” e o negócio começou a dar prejuízo.
Um dos credores, a Fortress Investment Group, terá emprestado cerca de 65 milhões de dólares à empresa no ano passado e a maior cliente da Theranos, a rede de farmácias Walgreens, processou a companhia de Elizabeth Holmes.
Em março deste ano, a própria fundadora foi acusada pela Securities and Exchange Comission de fraudar investidores, num total de 700 milhões de dólares, através de falsas alegações sobre a eficácia dos serviços prestados pela Theranos. No total, estima-se que os investidores da Theranos tenham perdido um total de mil milhões de dólares.
Afonso Guedes, ZAP // Canal Tech / NPR
Viver com o dinheiro dos outros é muito fácil!
O que é difícil é conseguir “extrair” esse dinheiro aos outros! Não sei se é mais mercedor de crítica quem coneguiu convencer investidores de que teinha um produto revolucionário, ou a ingenuidade dos investidores que acreditaram nisso com poucas (ou nenhumas!) validações.
Ora aqui está uma demonstração de igualdade de género. Elas têm o mesmo direito que eles e ponto final. Ser bonita e inteligente é meio caminho andado para convencer os “bananas”. E elas sabem isso!