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Dormir mais de 8 horas pode estar associado a problemas cardiovasculares

É certo que dormir o suficiente é fundamental para nos mantermos saudáveis, mas dormir demasiado pode estar ligado a um maior risco de contrair problemas cardíacos e até a um maior risco de mortalidade.

Na verdade, dormir demasiado não mata diretamente mas, passar muito tempo na cama pode ser um sintoma de um outro problema ou pode mesmo piorar outros problemas de saúde já existentes, aponta um novo estudo, publicado na semana passada no Journal of the American Heart Association.

A equipa de cientistas que conduziu a investigação afirma que devemos prestar mais atenção ao sono em excesso, alertando que reduzindo as noites de sono para as recomendadas 7 ou 8 horas pode acabar por reduzir significativamente a probabilidade de contrair problemas de saúde mais tarde.

“As nossas conclusões revelam implicações importantes, apontando que os médicos devem ter em consideração, quando exploram o sono nas consultas, o tempo e a qualidade do sono”, considerou Chun Shing Kwok, um dos investigadores.

“Se forem encontrados padrões de sono excessivos, com durações prolongadas de 8 horas ou mais, os médicos devem considerar o rastreamento de fatores de risco cardiovascular e a apneia obstrutiva do sono – um distúrbio grave do sono que se dá quando a pessoa está a dormir”, revelou.

Ou seja, se os pacientes passam muitas horas a dormir, vale a pena os médicos investigarem – principalmente se o sono for longo, mas não refrescante.

Aumento no risco morte

Para a pesquisa, foram analisados 74 estudos anteriores que avaliaram a duração e a qualidade do sono, bem como a taxa de mortalidade e a saúde cardiovascular. No total, os estudos contavam com 3 milhões de participantes.

Os investigadores descobriram que a duração média de sono de 10 horas por noite está associada a um aumento de 30% na taxa de mortes prematuras, comparativamente com os sonos de 7 ou 8 horas.

A média de 10 horas de sono também representa um aumento de 56% no risco de morte por acidente vascular cerebral (AVC) e um aumento de 49% por doença cardiovascular. A  má qualidade do sono, implicava um aumento de 44% no risco de mortalidade por doença coronária.

Mesmo considerando uma grande amostra, o estudo apresenta algumas limitações. O facto do sono ser relatado pelos próprios pacientes e não medido em laboratório é uma das principais. Por isso, o estudo não é totalmente preciso.

Por tudo isto, os investigadores não podem dizer que há uma relação direta entre dormir mais de 8 horas e sono e ter uma morte prematura.

Importa ainda salientar que há vários fatores de diferente natureza que afetam o sono por isso, a investigação sobre o tema vai continuar. “O sono afeta-nos a todos. A sua quantidade e qualidade é um assunto complexo”, concluiu Kwok.

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