O Sindicato dos Enfermeiros denunciou que, até quarta-feira, foram encerradas 245 camas em hospitais de todo o país, apontado que a “tendência é o número de denúncias aumentar”.
“Em menos de 24 horas, a plataforma de denúncias do Sindicato dos Enfermeiros recebeu a denúncia do encerramento de 235 camas em todo o país“, lê-se no comunicado.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros mostrou-se convencido, citado em comunicado, que “a tendência é o número de denúncias aumentar“, considerando que isso permitirá “conhecer o verdadeiro caos instalado na gestão do Serviço Nacional de Saúde”.
José Correia Azevedo disse ainda que “está a ser um sucesso” a greve por tempo indeterminado às horas extraordinárias e que obrigará os hospitais, o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças a contratarem mais enfermeiros.
Contudo, acrescentou o dirigente sindical, as contratações ficarão muito abaixo dos 6000 enfermeiros em falta identificados pelo sindicato.
Segundo os dados do Sindicato dos Enfermeiros, até 18 de julho as camas encerradas localizam-se no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (cerca de 15 camas), no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (10 camas), no Centro Hospitalar de São João – Porto (20 camas), no Centro Hospitalar de Peniche (15 camas), no IPO Porto (10 camas), no IPO Coimbra (20 camas).
E ainda no Centro Hospitalar Cova da Beira (10 camas), no Centro Hospitalar de Leiria (cerca de 55 camas), no Centro Hospitalar Médio Tejo – Abrantes (25 camas), no Hospital Fernando Fonseca – Amadora/Sinta (10 camas), no Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria (25 camas), no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (20 camas), no Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital S. José (10 camas).
O encerramento de camas tem sido motivado pela falta de enfermeiros e pela reposição das 35 horas semanais na saúde.
A reposição das 35 horas semanais na saúde entrou em vigor no início de julho, o mesmo dia em que enfermeiros, assistentes e técnicos de saúde iniciaram uma greve às horas extraordinárias. A paralisação vai prolongar-se por tempo indeterminado.
Segundo o ministro da Saúde, serão contratados este mês cerca de 2000 profissionais para cobrir a passagem às 35 horas. Adalberto Campos Fernandes tem dito ainda que até maio entraram no Serviço Nacional de Saúde cerca de 1600 profissionais já a contar com as 35 horas.
O ministro tem reiterado que o Governo e os hospitais estão a fazer um planeamento “como nunca foi feito”, mas não se compromete com a contratação adicional de profissionais depois do verão e indica que não deverá haver margem financeira para contratar o número desejável de profissionais.
ZAP // Lusa
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