Um fotógrafo freelancer canadiano, luso-descendente, morreu hoje em Alepo, no norte da Síria, na sequência de uma explosão numa área daquela cidade controlada pelas forças rebeldes, segundo informaram ativistas e a irmã da vítima.
De acordo com a comunicação social internacional, incluindo jornais canadianos e norte-americanos que citam a agência noticiosa Associated Press (AP), o fotógrafo luso-descendente Ali Mustafa e mais sete pessoas, aparentemente bombeiros, morreram depois de aviões das forças sírias terem lançado dois barris com explosivos sobre Hadariyeh, uma zona de Alepo que é controlada pelos rebeldes, afirmou um ativista identificado como Abu al-Hassan Marea.
Justina Rosa Botelho, irmã de Ali Mustafa, também confirmou a morte do fotógrafo de 29 anos, afirmando que ficou a saber da morte do irmão depois de ativistas lhe terem enviado uma fotografia do corpo. Mustafa nasceu em Toronto e é filho de imigrantes portugueses e paquistaneses.
“Ele só queria que o mundo tivesse conhecimento sobre os direitos humanos e de todas as coisas horríveis que estão lá a acontecer “, afirmou Justina Rosa Botelho, de acordo com a imprensa internacional, que cita uma entrevista via telefone à norte-americana AP.
“Ele estava determinado para que o mundo soubesse”, reforçou.
Justina Rosa Botelho explicou que a família não sabia que o fotógrafo freelancer estava na Síria, acrescentando que a última vez que o jovem contactou com os familiares foi há cerca de uma semana.
Nessa altura, de acordo com Justina Rosa Botelho, o irmão disse que estava na Turquia.
“Queria dizer à mãe que estava tudo bem”, relatou.
“Nunca me disse que estava na Síria. Acho que estava a tentar esconder esse facto”, concluiu.
Justina Rosa Botelho e Ali Mustafa eram meios-irmãos por parte de mãe.
O conflito na Síria já provocou mais de 136.000 mortos desde março de 2011, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
No sábado foi igualmente divulgada a morte de um repórter de imagem de uma estação de televisão árabe, de 27 anos, que cobria os combates na zona leste da Síria, em Deir Ezzor.
/Lusa