Se visitar a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra à noite não se assuste. Vai pensar que está num verdadeiro filme de terror mas, na verdade, está apenas a conhecer os guardiões dos raríssimos livros da instituição.
Morcegos. À primeira vista pode pensar que estes animais são um problema para a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra. No entanto, os morcegos que lá habitam, ocupando o espaço atrás das estantes durante o dia e mergulhando nos tetos arqueados quando o sol se põe, não são um problema.
Pelo contrário. Os morcegos desempenham um papel vital na preservação dos manuscritos da instituição, tanto que os bibliotecários não têm pressa nenhuma em se livrar destes animais.
Os morcegos que moram na Biblioteca Joanina não danificam os livros e, como são notívagos, geralmente não incomodam os visitantes que entram na biblioteca para se deixarem levar pelos seus encantos.
Aliás, o maior perigo para a coleção de livros é a população de insetos. Sabe-se que muitas espécies de insetos roem o papel, podendo constituir um verdadeiro perigo para os livros raríssimos que moram naquela biblioteca de Coimbra, que datam antes do século XIX.
É nesta parte trágica da narrativa que entram os morcegos, mas não como vilões. Eles são os verdadeiros heróis que, durante a noite, se alimentam dos insetos, impedindo-os de estragar a coleção.
A Biblioteca Joanina é uma das mais famosas por ser considerada a biblioteca mais bela do mundo. Foi construída antes de 1725, mas não se sabe quando é que os morcegos se apropriaram dela, fazendo das estantes a sua cama.
No entanto, apesar de os morcegos não representarem uma ameaça, há uma particular preocupação: as fezes. Para proteger o espólio, os bibliotecários cobrem as mesas do século XVIII com tecido feito de pele de animal à noite, e limpam o chão todas as manhãs.
ZAP // MentalFloss