US Air Force

William Howard Hughes Jr. esteve 35 anos desaparecido e a viver sob uma identidade falsa
O Capitão da Força Aérea norte-americana esteve 35 anos desaparecido. Foi encontrado, na semana passada, a viver na Califórnia com uma identidade falsa.
A 17 de julho de 1983, William Howard Hughes Jr. telefonou aos pais a avisar que ia para a Holanda. O Capitão da Força Aérea norte-americana foi enviado numa missão da NATO e estava previsto regressar no início do mês seguinte.
Na altura, o oficial tinha 33 anos e liderava o gabinete de análise de vigilância na base aérea de Kirtland, no Novo México. Na data prevista do seu regresso, Hughes não apareceu. 35 anos depois, o norte-americano foi “apanhado”, escreve o Washington Post.
Nos dias a seguir ao desaparecimento, os investigadores encontraram o seu carro no Aeroporto Internacional de Albuquerque e, no interior da sua casa, estavam duas listas: uma com coisas que tinha para fazer e outra com os livros que queria ler quando voltasse.
De seguida, as imagens de sistemas de videovigilância mostravam Hughes, no dia 22 de julho, a levantar mais de 28 mil dólares, cerca de 24 mil euros, de 19 bancos diferentes nessa mesma região.
Segundo o jornal, os investigadores começaram a supor que o capitão tinha voltado mais cedo da missão em território holandês e desapareceu. Outros especularam que Hughes tinha desertado para a União Soviética com informação confidencial, uma ideia que alimentou teorias da conspiração durante vários anos.
Por seu lado, a família temia antes o rapto. Na altura, a irmã, Christine Hughes, defendeu que o irmão nunca iria desertar ou desaparecer sem avisar. “Seria uma coisa totalmente contrária ao carácter da pessoa que conhecemos”, afirmou à Associated Press em 1984. Mas, pelos vistos, parece ter sido precisamente o que Hughes decidiu fazer.
Na semana passada, quase 35 anos depois do seu desaparecimento, a Força Aérea norte-americana encontrou Hughes a viver descansadamente na Califórnia, sob a identidade falsa de “Barry O’Beirne”. O oficial foi detido em casa com uma acusação de deserção.
O norte-americano surgiu nos radares das autoridades depois de ter sido sinalizado numa investigação por fraude de passaportes. Confrontado pelas “inconsistências na identidade”, o homem confessou o seu nome verdadeiro e admitiu que fugiu por se sentir “deprimido na Força Aérea”.
Hughes encontra-se agora à espera de julgamento e enfrenta uma possível pena de cinco anos de prisão e uma dispensa desonrosa da Força Aérea.