Revelado em tribunal um dos truques mais famosos de David Copperfield

David Copperfield / Facebook

David Copperfield, o mágico mais famoso do mundo

O ilusionista mais famoso do mundo viu o seu truque de fazer desaparecer pessoas, um dos mais conhecidos do seu repertório, ser revelado em tribunal.

Aconteceu mesmo. David Copperfield viu um dos seus truques mais famosos – o de fazer desaparecer uma dúzia de pessoas – ser revelado em tribunal. Segundo o The Guardian, os seus advogados tinham solicitado que o processo não fosse acompanhado pelo público mas o pedido acabou por ser rejeitado pelo tribunal britânico.

Em causa está o incidente, ocorrido em 2013, quando o ilusionista norte-americano convidou, num espetáculo em Las Vegas, o chef britânico Gavin Cox para subir ao palco e participar no seu truque, fazendo-o desaparecer.

Quando os assistentes o esconderam nos bastidores, o chef tropeçou e bateu com a cabeça no chão, tendo ficado com um traumatismo craniano. Cox teve de ser submetido a duas cirurgias, no pescoço e no ombro, e ainda hoje sofre com as consequências do acidente.

De acordo com o jornal, que cita o produtor executivo do mágico, Chris Kenner, os ajudantes, com recurso a lanternas, ajudam os participantes a atravessar por entre cortinas escuras, passagens desconhecidas, cantos e outros caminhos que podem ser no interior ou no exterior do edifício onde o espetáculo está a decorrer. No final, “reaparecem” todos no palco.

“Esse percurso é uma pista de obstáculos?”, questionou o advogado do chef inglês, Benedict Morelli, que alega que as lesões cerebrais e físicas do seu cliente lhe custaram mais de 400 mil dólares em cuidados médicos. A resposta de Kenner, cuja empresa – Backstage Employment and Referral Inc – também é arguida no caso, foi “não”.

A defesa do queixoso também perguntou ao produtor e amigo do mágico se os ajudantes e Copperfield costumavam avaliar a condição física e o calçado dos membros da plateia escolhidos para participar no truque conhecido por “a reviravolta”.

Segundo o jornal, outros mágicos, membros dos media e advogados também não estão obrigados a proteger o segredo deste truque, que antes encerrava o espetáculo no casino de Las Vegas e que já terá sido realizado com mais de 100 mil participantes em 20 anos.

Kenner considerou que não era perigoso levar as pessoas ao longo de um caminho escuro e desconhecido, com diferentes tipos de piso como, por exemplo, linóleo, cimento, carpete, calçada e azulejo. O advogado referiu ainda que, antes de Cox cair, o grupo passou por um beco coberto com o que seria pó proveniente de trabalhos de construção.

Ao júri, Jerry Popovich, o advogado do casino de Las Vegas, afirmou que, dez minutos antes de o chef ter caído, Copperfield andou com segurança pela mesma área como parte de outra ilusão que não envolvia a participação do público.

O The Guardian refere que Cox e a esposa, Minh-Hahn Cox, querem uma indemnização neste processo de negligência cujo valor não foi ainda especificado. O advogado já tinha assegurado que vai pedir um montante avultado e que Copperfield não vai conseguir fazê-lo “desaparecer” da audiência.

Mas dinheiro certamente não será um problema para o ilusionista que, só no ano passado, faturou 61,5 milhões de dólares, cerca de 50 milhões de euros.