/

Descoberta vala comum de piratas com restos do famoso “Robin dos Mares”

Whydah Pirate Museum / Facebook

Réplica do navio pirata Whydah Gally no Museu que lhe é dedicado em Massachusetts, EUA.

Foi descoberta “a maior sepultura em massa nos EUA”, com os restos mortais do famoso pirata Samuel ‘Black Sam’ Bellamy e do seu bando de 100 homens, no local onde o seu navio naufragou há mais de 300 anos.

Arqueólogos descobriram vestígios humanos que correspondem a mais de 100 pessoas, numa sepultura localizada numa área isolada de Cape Cod, ao largo da costa de Massachusetts, nos EUA.

Estes corpos serão da tripulação de piratas do famoso Capitão ‘Black Sam’ Bellamy, que ficou conhecido como o pirata mais rico de sempre. Entre os vestígios estarão também partes do próprio Bellamy.

Os corpos terão ficado sepultados naquela zona após o naufrágio do navio onde viajavam, o Whydah Gally, em 1717, no seguimento de uma violenta tempestade.

Foi no Whydah Gally que Bellamy e os seus piratas roubaram mais de 54 navios, ao longo da costa dos EUA e da zona das Caraíbas. Feitos que levaram ‘Black Sam’ a tornar-se no “pirata mais rico do mundo”, com uma fortuna de 131,4 milhões de dólares, mais de 92 milhões de euros, segundo um estudo de 2008 da Forbes (e ao câmbio daquele ano).

Testes de ADN

Os primeiros destroços do Whydah foram descobertos em 1984, pelo explorador Barry Clifford. Mas só em 2016, é que Clifford conseguiu, finalmente, encontrar os primeiros vestígios do tesouro do barco pirata.

Em Fevereiro deste ano, os arqueólogos liderados pelo investigador Casey Sherman, que têm explorado a área do naufrágio do Whydah, encontraram os restos mortais do que será o corpo do Capitão ‘Black Sam’. Entretanto, chegaram à vala comum de piratas, onde estarão sepultados os seus homens.

“Acreditamos ter encontrado a maior sepultura em massa nos EUA“, revela Casey Sherman em declarações ao jornal The Telegraph. E entre os vestígios agora detectados, terá também sido encontrado um fémur que pode pertencer a ‘Black Sam’.

O próximo passo é tentar comparar o ADN retirado do esqueleto com um descendente vivo do Capitão pirata que reside no Reino Unido. Cientistas forenses da Universidade de New Haven, no Connecticut, EUA, estão a liderar os testes genéticos.

“A prova de que é [o corpo de] Bellamy é extremamente convincente. Estava imediatamente ao lado de uma pistola que ficou provado ser de Bellamy sem qualquer sombra de dúvidas”, salienta no Telegraph o professor Timothy Palmbach, da Universidade de New Haven.

“A pistola tinham algumas características únicas e símbolos e foi-lhe apresentada numa fita de seda muito decorativa. É completamente consistente com a pistola de Bellamy“, acrescenta Palmbach.

Um capitão democrático e justo

‘Black Sam’ tinha apenas 28 anos quando morreu ao lado de 140 piratas. Apenas dois sobreviveram, o índio John Julian, que fugiu, e o escocês Thomas Davis, que foi julgado em Boston, nos EUA, relatando muito do que hoje se sabe sobre as aventuras do Whydah e de Bellamy e dos seus homens.

“Ele era conhecido como o ‘Príncipe dos Piratas’ devido à sua natureza gentil, mas severa, e era capaz de mitigar situações potencialmente violetas”, destaca Casey Sherman no Telegraph.

‘Black Sam’ ter-se-á tornado pirata por amor, para reunir dinheiro para casar com a mulher da sua vida. Era conhecido como um capitão democrático e justo, que distribuía as riquezas pelo seu bando, o que lhe valeu a alcunha de “Robin dos Mares”, e que ouvia a opinião dos seus elementos quanto às aventuras que deveriam viver a seguir.

SV, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.